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habitação
11 /05/2004
Quando as próprias favelas descobrem a saída

Foi das próprias favelas, onde moravam pelo menos dois terços dos cerca de 180 mil habitantes de Diadema nos anos 80, que surgiram as soluções hoje aplicadas em 207 núcleos habitacionais da cidade. Atualmente cerca de 110 mil habitantes moram nas antigas favelas, transformadas depois da intervenção urbanística da prefeitura.

Eleito com o compromisso de enfrentar a situação, o ex-prefeito Gilson Menezes, que cumpriu seu primeiro mandado de 1983 a 1986, lembra os primeiros passos:

"Nós tivemos que esperar, de 1 de fevereiro, que foi a minha posse, até 15 de março, que foi a posse do governador Franco Montoro, para pedir a ele que levasse água e luz para as favelas. Ele ouviu e ficou entusiasmado com o nosso projeto. Em dois, três meses a gente já tinha começado a urbanização das favelas".

Lotes padrão
As reivindicações de água e luz, que tinham que ser atendidas pela Sabesp e pela Eletropaulo, empresas estaduais do setor de água e luz, respectivamente, segundo Gilson Menezes, foram de fácil solução. O principal problema era o excesso de gente que morava nos barracos, todos amontoados, desorganizados. A intervenção urbana começava pelo parcelamento de lotes, redividindo o espaço da favela para que as moradias tivessem um tamanho mínimo.

"Hoje nós temos um lote padrão de 50 metros quadrados. Antes havia lotes de 15, 32, 40 metros quadrados. É com essa repartição que podemos abrir o sistema viário, fazer as obras do saneamento básico", conta o secretário Josemundo Dario Queiroz.

Transformar a favela em núcleo habitacional, na concepção do programa de urbanização de favelas da prefeitura, significa ter ruas, vielas e travessas, CEP e numeração lógica nas casas.

Bairro
Nova Conquista, a maior favela que Diadema já teve, hoje está praticamente toda urbanizada. São 3,5 mil famílias, cerca de 14 mil pessoas, que chegaram a viver debaixo de barracos de lona preta e hoje vivem em um bairro com toda infra-estrutura.

" Isso aqui está muito bom. Este lugar é ótimo, a gente nem lembra mais do tempo que dormia debaixo de barraca de lona", conta Antonio Ostênio, ao lado da mulher, Maria Helena dos Santos. O casal mora no local há 13 anos.

Um trecho da Nova Conquista, que antes era o estacionamento de uma indústria, passa pelo processo de parcelamento dos lotes. O casal Cleber Oliveira e Cleide Ferreira Leite, que está há seis anos no local, desde a ocupação, está empenhado em arrumar o novo barraco.

" Por enquanto estamos dando um jeito, pintando as telhas, até poder construir. Quero construir o mais rápido possível", diz Cleide, com o apoio de Cleber.

ADAURI ANTUNES BARBOSA
do jornal O Globo

   
 
 
 

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