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Médicos que matam

“Sou médico formado há 15 anos pela faculdade de Mogi das Cruzes, fiz especialização no hospital Heliópolis por dois anos, na Santa Casa de São Paulo por um ano e mais um ano na Escola Paulista de Medicina todos na área de pneumologia. Moro e trabalho no interior na cidade de Birigui e discordo da prova do Cremesp e com o dizer que médicos que matam, como também temos engenheiros que constroem pontes e prédios que caem, advogados que defendem bandidos etc... A formação de um médico mesmo, no sentido real da palavra, tem início em casa.”
Luis Otavio Cintra Avezum, 39 anos, pneumologista - Birigui sp

”Meu nome é Domingos Costa Hernandez Junior, sou médico formado 1980, na FMUSP de São Paulo e minha especialidade é Cirurgia do aparelho Digestivo (três anos de residência no HC FMUSP-SP), atualmente sou diretor técnico de um hospital da Prefeitura de São Paulo Hospital Dr Benedicto Montenegro. Inicio dizendo que embora seja seu ouvinte assíduo na CBN não sou um fã seu, pela forma simplista e até caricata como você discute os problemas, principalmente os da educação.

Ouvi a seu comentário sobre o exame de avaliação do CRM e novamente tenho que admitir minha frustração com a forma de seu comentário. Deixo claro que sou absolutamente favorável a este exame e digo mais-ele deveria funcionar de forma similar ao da OAB. Porém a forma superficial, folhetinesca e até leviana como você trata a questão , não leva a nada. A manchete á horrível para não dizer mentirosa. Médicos não matam! Erros ocorrem em qualquer profissão e tem ser tratados como tal e analisados antes de qualquer condenação. Não é isto que você apregoa: todos têm o seu direito de defesa até a última instância! O estudante que fez a prova sequer tem o seu registro e você já diz que ele mata! Você precisa conhecer um pouco mais do trabalho médico que não aparece nas notícias antes de fazer estas afirmações pois infelizmente, neste caso, você é um formador de opinião num veículo de grande penetração mas demonstra estar despreparado.

O dr Braulio, caso tenha feito a afirmação com o intuito que você deu no seu site, também errou e foi leviano, mas questiono realmente se ele deu esta declaração neste contexto. Olhe como você tem que ouvir outras opiniões antes de falar: na semana passada foi divulgada a notícia que em um ano a expectativa de vida do brasileiro aumentou em 7 meses. Caso eu fosse uma pessoa mal intencionada ou despreparada iria dizer que a assistência médica do Brasil vai de "vento em popa" . Será que vai? Ou manchete seria "Médicos que salvam". Viu como , um dado pinçado não pode ser tratado como verdade absoluta e muito menos divulgado desta forma Cuidado, por favor!

O próprio CRM admite que a grande maioria das reclamações contra médicos são absolutamente improcedentes e as procedentes são em sua maioria decorrentes de falhas do sistema de saúde não do profissional. E as do profissional são punidas severamente! Tenho a convicção que o nosso conselho é um dos que mais processa e pune . E o de jornalistas? Não transforme opiniões em julgamentos.”
Domingos Costa Hernandez Junior,CRM 39845 - dchernandez@uol.com.br



“Sou apreciador de seus escritos, porém discordo frontalmente de sua análise. Sou estudante de Medicina da Universidade Estadual de Campinas - Unicamp, e me sinto no dever de colocar algumas ponderações quanto ao seu texto.

"Mais da metade --para ser preciso, 56%-- dos alunos de sexto ano das faculdades de medicina não passaram no exame do CRM-SP (Conselho Regional de Medicina de São Paulo)" Acima, o que você diz não corresponde à realidade. Passa a impressão de que todos os 6os anos das faculdades de medicina paulistas realizaram o exame, o que é uma inverdade. Houve um boicote por parte de grande parte das grandes universidades, ai incluindo-se UNIFESP, UNICAMP e UNESP. Das grandes, apenas as USPs (Ribeirão e Pinheiros) participaram. Mesmo nas escolas que o CRM considerou número significativo de alunos, não houve, em sequer uma, 100% de adesão.

O boicote se justifica, pois o exame do CRM é um desastre completo. Desastre, pois avalia seis anos de estudo, mais de 8 mil horas-aula, além de plantões e internato, em 120 questões. Ora, é mais injusto que o vestibular! Além disso, o exame iguala grandes escolas, que dispõem de diversos hospitais-escola, laboratórios de Anatomia bem preparados, bons professores, com reconhecimento internacional (USP e Unicamp estão entre as 200 melhores do mundo), a escolas sem qualquer tradição e, pior, sem qualquer estrutura. Além disso, há, na 2a fase do teste, um exame interativo. Ora, caro Gilberto, substituem-se os anos de internato por simulações no computador! Você há de convir que a prova é extremamente mal pensada.

Tanto assim que USP, UNICAMP, UNIFESP, UNESP, UEM, UEL, dentre outras, se uniram na aplicação do "Teste de Progresso". Por tal teste, uma mesma prova é aplicada ao fim dos 6 anos, tendo caráter facultativo (porém sua participação garante bonificação nos exames de Residência). Assim, é possível verificar o aumento do conhecimento do aluno a cada ano, possibilitando que, durante a formação, deficiências sejam sanadas. É, sem dúvida, uma prova mais bem pensada do que uma prova única ao fim do curso.

Além disso, o senhor reproduz o "ranking" que o CRM colocou no estudo. Tal "ranking" é incoerente na forma, pois o CRM, no estudo, diz: " Assim, não é aconselhável o estabelecimento de um "ranking" entre todas as escolas", porém ele mesmo se contraria e coloca um "ranking" logo após... Vê-se uma profunda incoerência.”
José Paulo de Siqueira Guida - zepauloguida@gmail.com

 
 
 

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