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Dia 24/03/01

 

 


Empresas nordestinas têm grande participação social

Cristina Veiga
Equipe GD

Ao contrário do que se imaginava, as empresas privadas da região Nordeste têm um grande envolvimento com o social. Um total de 55% das 88 mil empresas pesquisadas desenvolve algum tipo de atividade comunitária. Mais surpreendente ainda é o percentual delas que realiza ações sociais não obrigatórias em benefício de seus empregados: 78%. Na região Sudeste, onde se esperava um número maior, apenas 63% das empresas atendem a seus trabalhadores.

"A maioria absoluta das empresas da região (52%) combina as duas formas de atuação: tanto interna quanto externamente", diz o relatório do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) obtido com exclusividade pelo GD. Apenas 17 mil empresas da região, 19% do universo pesquisado, não se mostraram atuantes em nenhum nível. O envolvimento das empresas nordestinas com as comunidades praticamente independe de seu tamanho, comportamento muito semelhante ao das empresas do Sudeste.

"A grande maioria do empresariado tem a percepção de que é necessário ir além das contribuições que fazem por exigência legal, quer para seus empregados, quer para a comunidade em geral", conclui a pesquisa do IPEA.

Outra surpresa é o grande número de microempresas (com um a 10 empregados) que prestam benefícios à comunidade: mais de 30 mil empresas ou 55% do universo pesquisado. Se o tamanho não faz diferença, o setor de atividade modifica esse comportamento. Apenas 31% das empresas de construção civil têm algum tipo de atividade social voltada para comunidades. Em compensação 95% delas exercem atividades voltadas para seus funcionários.

O mesmo já não acontece com o comércio. Além de ser o setor que proporcionalmente menos se envolve com a área social (25%), ele tem uma atuação menor junto aos seus empregados. Depois do comércio, quem menos se envolve com a ação social é a agricultura, silvicultura e pesca (17%), seguido pela indústria (13%), pelo setor de serviços (11%) e pela construção civil (5%).

As empresas criadas antes da década de 90 são as que menos participam de ações sociais. "A idade parece influenciar no comportamento da empresa na medida em que as mais novas são mais atuantes e o são mais intensamente no atendimento de seus empregados e familiares", diz o relatório. Mais de 80% das empresas novatas realiza atividades sociais não obrigatórias destinadas a seus empregados. As pequenas e médias têm comportamento muito parecido ao daquelas de grande porte: mais de 90% delas atendem seus empregados.

O relatório do IPEA destaca o comportamento das empresas da Bahia. Um total de 70% das que atuam no estado realizaram atividades para a comunidade em 1999. No estado de São Paulo, onde o Produto Interno Bruto (PIB) supera em muito o dos demais estados brasileiros, só 66% das empresas praticaram algum tipo de ação social. "Outros fatores sócio-culturais, históricos e religiosos, além dos econômicos, devem ser incorporados na análise das diferenças de comportamento das empresas", pondera o estudo.

"É possível que grande parte dessas contribuições seja composta por doações eventuais de pequeno porte", diz o relatório do IPEA em sua conclusão. "Esse envolvimento não deve ser desprezado, revela uma preocupação com os problemas sociais, uma predisposição em participar que pode e deve merecer apoio e incentivo". A idéia dos economistas do IPEA é que esse estudo, que engloba todas as regiões do país, sirva como subsídio para a "formulação de medidas próprias para estimular a realização de ações capazes de atenuar as carências sociais do país."


 

 
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