Home
 Tempo Real
 Coluna GD
 Só Nosso
 Asneiras e Equívocos 
 Imprescindível
 Urbanidade
 Palavr@ do Leitor
 Aprendiz
 
 Quem Somos
 Expediente

Dia 07.06.02 às 15h15min
 

 

Empresas devem valorizar trabalhador negro, afirma ativista

Rodrigo Zavala
Equipe GD

Algumas iniciativas que empresários podem tomar para combater o preconceito racial, pelo menos dentro do ambiente de trabalho, são políticas de valorização de profissionais negros. O resultado de uma iniciativa desse porte poderia atenuar a discrepância entre os salários entre brancos e negros dentro das empresas.

As conclusões são da fundadora e diretora-executiva do Geledés Instituto da Mulher Negra, Sueli Carneiro, ao ministrar palestra realizada no Conferência 2002 - Empresas e Responsabilidade Social, promovido pelo Instituto Ethos, em São Paulo. Segundo ela, o Brasil precisa de ações afirmativas para reiterar aos empregadores que a performance individual não está atrelada à raça.

Estudo elaborado pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) mostra que a discriminação em relação à remuneração é imensa. O chefe de família não-negro recebe um salário médio mensal de R$ 1.236, seguido pela mulher não-negra, que recebe em média R$ 765. Já o rendimento médio do homem negro é de R$ 639 e, para as mulheres negras, de apenas R$ 412.

Apesar de pesquisas apontarem as discrepantes diferenças na qualidade de vida dos negros brasileiros, em comparação aos brancos, para Sueli, pouco se faz para mudar essa situação. Um bom exemplo para ilustrar essa diferença está claro Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Em 1999, o Brasil ocupou o 79º lugar segundo o IDH da ONU.

No entanto, quando o indicador é desagregado por raça, verifica-se que o IDH da população negra ocupa a colocação 108 - cinco posições abaixo da África do Sul, país que até recentemente esteve sobre o regime do apartheid. Enquanto a população branca ocupara o 49º lugar, ao lado da Bélgica. "Convive-se, com quase absoluta indiferença do conjunto da sociedade em relação à exclusão do negro", criticou.

Para Sueli, o racismo e a discriminação transformam, no Brasil, suas vítimas em um ônus para a sociedade, um desafio para o desenvolvimento e um impasse para a consolidação da democracia. "Uma mudança desse quadro requer vontade política dos governos, empresas e demais instituições da sociedade para a adoção de medidas que rompam com a apartação racial". Dessa forma, se formariam agentes ativos no progresso de uma nação baseada em imperativos éticos e morais.

 

 
                                                Subir    
   ANTERIORES
  Demandas locais devem nortear políticas públicas
  Projeto avalia responsabilidade social corporativa em sete países
  Prática trabalhista brasileira compromete relacionamento entre empresa e funcionário
  Prêmio Ethos-Valor leva responsabilidade social de empresas para a universidade
  Desarticulação do PSDB assusta investidores internacionais
  Responsabilidade social deve ser mais incisiva durante eleições
  Livro explica como os anos 90 foram negativos para o trabalhador
  Elas podem ser maioria, mas enfrentam preconceito
  Discriminação persiste nos altos escalões das empresas
  Desemprego industrial aumenta desigualdade de rendimentos em SP
  OAB regulamentará advocacia pro bono
  OAB cria polêmica sobre prestação de advocacia gratuita
  Desemprego cresce e faz paulistanos viver de "bicos"
  Responsabilidade social diminui riscos de empresas