Desemprego
cresce e faz paulistanos viver de "bicos"
Rodrigo Zavala
Equipe GD
Pesquisa realizada
pela Federação das Indústrias do Estado de
São Paulo (Fiesp) mostra que, pela sexta vez consecutiva,
o desemprego aumentou no Estado. Segundo o estudo, a indústria
paulista fechou 6.872 postos de trabalho só no mês
de novembro, totalizando 26.707 demissões no ano. Nesse contexto,
muitos paulistanos se viram obrigados a aceitar trabalhos temporários.
Até o mês passado, a indústria já havia
liquidado todas as 27,4 mil vagas criadas em 2000 e deve fechar
com o ano com um déficit de 8 mil empregos. Para a diretora
do Departamento de Economia da Fiesp, Clarice Messer, o resultado
de dezembro se manterá negativo, o que é típico
neste período. "Dezembro é pior que novembro,
e não há razão nenhuma para imaginar que neste
ano será diferente", afirma
Entre os fatores
que explicam a queda na demanda, ela citou os juros, a crise argentina,
o atentado terrorista aos Estados Unidos e o racionamento. Com isso,
as empresas, que tinham expectativa positiva em relação
à economia no início do ano, tiveram de refazer o
seu planejamento. "Um banho de realidade", define.
Sem grandes
expectativas de voltar ao trabalho regular, a maioria dos desempregados
de São Paulo vê na realização de "bicos"
a principal forma de sobrevivência. Segundo pesquisa divulgada
pela Secretaria Municipal do Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade,
das pessoas com mais de oito meses sem emprego, 73% fazem "bicos".
Outros 36% contam com ajuda de amigos e 23% pedem dinheiro emprestado.
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