Livro
explica como os anos 90 foram negativos para o trabalhador
Rodrigo Zavala
Equipe GD
As políticas
econômicas adotadas na década de 90 estavam longe de
ser eficientes no amparo ao trabalhador brasileiro. O período
foi marcado pela redução dos postos de trabalhos formais,
pela desvalorização da renda do trabalhador e pela
significativa queda do poder de negociação dos sindicatos.
A conclusão está no livro "A situação
do trabalho no Brasil", lançado pelo Departamento Intersindical
de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese).
A obra, que
demorou dois anos para ser elaborada, é a síntese
das pesquisas desenvolvidas pela instituição durante
uma década, em seis regiões metropolitanas do país.
"Sistematizamos 10 anos de análise do mercado de trabalho",
resume Sérgio Mendonça, diretor-técnico da
instituição. A queda na remuneração
do trabalhador é apenas um dos temas abordados na obra e
serve de exemplo para as constatações do livro.
A pequena melhora
na distribuição de rendimentos do trabalho, observada
a partir de 1995, não se deu pelo aumento de renda dos mais
pobres. Ela aconteceu por causa da queda salarial da classe mais
alta de profissionais, de acordo com os dados do Dieese. "É
como se existisse um pilão empurrando todos para baixo, igualando
a renda por baixo", compara Mendonça.
O livro permitirá
que os movimentos sindicais instrumentalizem suas ações,
segundo a presidente do Dieese, Monica Veloso. "As informações
contidas na obra servirão para diagnosticar os problemas
no mercado de trabalho, principalmente aqueles que envolvem discriminação
racial e de gêneros", explica ela. Além disso,
a presidente espera que o livro inspire políticas públicas
de valorização do trabalhador por parte do governo.
A publicação
é acompanhada por três livretos com os principais tópicos
abordados na obra: O Mercado de Trabalho no Brasil; Os Rendimentos
do Trabalho no Brasil e As Negociações Coletivas no
Brasil. Com linguagem mais simples, os três suplementos podem
ser entregues aos trabalhadores separadamente. "Embora o livro
seja bastante didático, os livretos podem ser mais facilmente
distribuídos nas centrais sindicais", afirma a coordenadora
de educação do Dieese, Suzanna Sochaczewski.
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