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Dia 11.06.03

Prêmio Minhocão

A assessoria da prefeita Marta Suplicy elaborou um plano para fazer sumir o Minhocão.

Inaugurado em 25 de janeiro de 1971 pelo então prefeito, Paulo Maluf, o Minhocão, como foi apelidado o elevado Costa e Silva, é o melhor símbolo paulistano da supremacia do carro sobre a cidade. Estragou a paisagem dos prédios, alguns deles de classe média e alta, cujos moradores passaram a conviver com um ruído permanente e com a poluição dos carburadores. A cobertura de 3,4 km de extensão atraiu moradores de rua e ajudou a deteriorar a avenida São João em particular e o centro da cidade em geral.

A discussão sobre o desmonte do Minhocão entre os técnicos da prefeitura foi estimulada pelo arquiteto Jorge Wilheim, secretário municipal de Planejamento. "Aquilo não tem remendo", diz Wilheim. O projeto consiste, basicamente, em abrir um caminho subterrâneo na avenida São João -uma intervenção que se assemelharia à passagem de automóveis no vale do Anhangabaú. "Tirar o elevado é viável tecnicamente, mas não é prioridade", resigna-se.

Odiado a ponto de quererem exterminá-lo sumariamente, o Minhocão ganha, enfim, reconhecimento pela sua importância -e torna-se uma referência de intervenção urbana. Um grupo de arquitetos e urbanistas da Escola da Cidade, instalada na rua General Jardim, cruzada pelo elevado, decidiu lançar neste ano o bem-humorado Prêmio Minhocão para premiar as obras de mau gosto da cidade de São Paulo. Haverá um júri popular que votará pela internet e um grupo de professores que também farão a escolha.

Difícil saber se os "premiados" vão encarar a lista com bom humor. Nas discussões preliminares sobre a lista de votação, apareceram candidaturas consensuais (a praça Roosevelt, os corredores de ônibus das avenidas Nove de Julho e Santo Amaro), mas também nomes carimbados, que lançaram recentemente obras polêmicas -como a marquise de Paulo Mendes da Rocha, na praça do Patriarca, ou o Centro Tomie Ohtake, de Ruy Ohtake.

Entrarão na lista monumentos ao estilo neoclássico. "É um jeito de ensinar, pela brincadeira, estética aos paulistanos", diz o designer Rafic Farhat, diretor da Escola da Cidade, para quem Paulo Maluf deveria ganhar um prêmio: morar um mês, gratuitamente, num apartamento no nível do elevado.

 

 
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