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Dia 05.03.03

O mistério do Hospital Matarazzo

Especialista em restauração de prédios tombados, a arquiteta Helena Saia descobriu entradas tapadas com cimento e tijolos nos corredores subterrâneos do Hospital Matarazzo, por onde eram transportados os defuntos.

Helena ficou intrigada. Entrevistou ex-funcionários do hospital e colheu uma versão para o mistério: o conde Matarazzo, simpatizante de Mussolini, teria utilizado aqueles espaços para esconder fascistas perseguidos no Brasil.

"Disseram que até nazistas passaram por lá", conta a arquiteta.

Bem mais palpitante é o mistério atual do Hospital Matarazzo, pelo menos para os investidores do mercado imobiliário. A atenção sobre aquele terreno de 25 mil metros quadrados, grudado na avenida Paulista, está aumentando ainda mais neste ano: ali vai acontecer o Casa Cor, evento máximo de arquitetos e decoradores no Brasil.

Proprietária do imóvel, a Previ -o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil - não sabe como, nem quando, nem para quem (nem se) será vendido. O arquiteto Júlio Neves elaborou um projeto para ocupar parte do terreno, onde construiria um shopping center e um prédio comercial.

Foram tantas as pressões e os obstáculos legais que ele desistiu da iniciativa. "Continuo interessado", informou, garantindo que ajudaria a restaurar o hospital para que voltasse a ter utilização médica.

O sonho dourado da Fundação Getúlio Vargas é ampliar seu campus para aquela área, que fica exatamente em frente à faculdade. Por falta de espaço, eles estão se dispersando em diferentes prédios. "Fizemos o que foi possível", lamenta o diretor da FGV, Sylvio Mazzucca, dizendo-se ainda à espera de um sinal da Previ para apresentar uma nova oferta. Existe até um corredor, debaixo da rua Itapeva, que liga a escola ao hospital.

O empresário Mario Amato, ex-presidente da Fiesp, não se conforma com o fato de, entre as colônias estrangeiras de São Paulo, somente a italiana não ter um hospital; nas redondezas, está o Sírio-Libanês e, do outro lado da avenida Paulista, o Oswaldo Cruz, criado por alemães, além da Beneficência Portuguesa. Quer que o Matarazzo volte a ser um hospital respeitado.

 

 
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