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Dia 09.04.03

As olimpíadas do arquiteto

Um dos mais renomados arquitetos brasileiros, Paulo Mendes da Rocha decidiu ficar de fora das estatísticas automobilísticas de São Paulo: não usa mais carro particular. Como tem seu escritório no centro, prefere o metrô e, sempre que pode, anda a pé; usa o táxi só quando não tem saída.

Não lhe faltam motivos para ter prazer de caminhar pela região central. Revitalizou a Pinacoteca do Estado, deve reformar a estação da Luz, criou uma marquise na praça do Patriarca e prepara as instalações do Sesc na 24 de Maio. "O que me incomoda em São Paulo é não ser uma cidade para todos."

Esse contato direto com as ruas, sem a blindagem do automóvel, revela um misto de praticidade com o encanto pelo convívio urbano. "O papel do arquiteto é fazer ver o que existe", ensina. Esse simples princípio é o que orienta o projeto mais arrojado em andamento nas pranchetas para São Paulo: a transformação de toda a cidade em uma vila olímpica.

A prefeitura e o governo estadual decidiram apostar na possibilidade, ainda remota, de São Paulo ser escolhida como sede dos Jogos Olímpicos de 2012. Chamaram, então, Paulo Mendes da Rocha para a apresentação de um projeto - ele já tinha recebido encomenda semelhante da Prefeitura de Paris, candidata aos Jogos de 2008.

Com a ajuda de 40 arquitetos, ele optou por valorizar a cidade inteira, não restringindo a concentração dos Jogos numa asséptica vila, distante do burburinho. A idéia é espalhar as atividades esportivas em várias localidades, unidas por um sistema de transporte público - especialmente linhas de metrô e trens expressos - a ser preparado até a data da competição. Seriam também recuperados os rios Pinheiros e Tietê, transformados em áreas de lazer e de fluxo de pessoas.

São obras que já estão em curso ou planejadas, mas, com as Olimpíadas, seriam apressadas, graças a investimentos federais. Os Jogos Olímpicos seriam quase um pretexto para uma reforma urbana. "Não quis inventar uma nova cidade, mas apenas mostrar o que já existe e o paulistano não vê." Se sair mesmo do papel, será mais fácil que, no futuro, as pessoas sigam o exemplo de Paulo Mendes da Rocha e possam deixar, sem maiores transtornos, o carro em casa.

 

 
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