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Dia 19.12.02

Basquete dá samba

Ronaldo Belloti, o Magrão, dava aulas de basquete no Esporte Clube Sírio até 1991, quando resolveu tentar a vida de cantor profissional. Mudou-se para Salvador, decidido a começar sua carreira nos bares noturnos -seduzido que estava pela musicalidade dos baianos. Não deu certo. Sem dinheiro, acabou morando em uma favela. Mas nem tudo estava perdido: ao retornar para São Paulo, reinventou o ensino de basquete.

Quando vivia na favela em Salvador, Magrão espantava o tédio ensinando basquete para a garotada. Observava, entusiasmado, a facilidade com que a coreografia do esporte se misturava, nas improvisadas quadras, com os ritmos africanos; o ritmo aparecia no impacto da bola no chão, a coreografia desenhava-se na ginga do drible.

Voltou para São Paulo e, apoiado pela prefeitura e pela Cooperativa de Ex-Atletas de Futebol, misturou a prática do basquete com a dança e com os ritmos brasileiros. "A prática esportiva que respeita o saber popular e as habilidades individuais favorece o contato das crianças e dos adolescentes com as sensações e percepções, o que produz equilíbrio psicológico", diz o ex-jogador.

Magrão testa essa trama de dança e esporte em centros esportivos da zona leste da capital. "Eles conseguem se manifestar por inteiro. Afinal, já têm a ginga da capoeira, do samba e do hip hop. Só precisam pensar que o basquete também é uma coreografia. Cada batida no chão é um batida de percussão."

O projeto de Magrão é invadir as escolas de samba, levando para as suas quadras a paixão pelo basquete. "Lá estão nossas raízes e, portanto, a base de nosso trabalho."
Existe, no entanto, um plano ainda mais ousado que envolve Magrão, a ser testado, em um programa experimental, que deve começar no início do próximo ano. Serão instaladas tabelas de basquete e pistas de skate em pontos deteriorados da cidade. Grafiteiros convidarão os jogadores para embelezar o espaço, dando identidade às quadras improvisadas -e também serão chamados a jogar.

A idéia é que a combinação de dança, esporte e artes plásticas recupere áreas abandonadas de São Paulo.

 

 
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