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Especialistas prevêem racionamento de gás para este ano
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LORENNA RODRIGUES
da Folha Online, em Brasília
Com os reservatórios das usinas hidrelétricas em níveis baixos e o fantasma de apagão rondando o setor elétrico, especialistas acreditam que o consumidor terá que enfrentar primeiro um racionamento de gás natural.
Representantes do setor ouvidos pela Folha Online disseram que, caso o volume de chuvas continue abaixo do esperado, a primeira medida a ser tomada pelo governo será direcionar o gás que está sendo hoje usado nas indústrias e nos carros para o setor elétrico. Assim, as termelétricas poderiam gerar mais energia elétrica.
"Se essa conjuntura continuar, pode ser bastante provável que haja um racionamento de gás. O gás será disputado pela indústria, pelos carros e pelas termelétricas e não há suficiente para atender a todos", afirma a diretora-executiva da ABCE (Associação Brasileira das Concessionárias de Energia Elétrica), Silvia Calou.
Em entrevista coletiva nesta quarta-feira, o ministro de Minas e Energia, Nelson Hubner, disse que o governo já tem pronto um plano de contingência estabelecendo as prioridades para o uso do gás em caso de racionamento. Ele descartou, no entanto, o apagão do gás neste ano.
"Não estamos pensando nisso, estamos começando um período úmido, estamos acompanhando toda a situação e, se de fato não acontecer chuva nenhuma e piorar a situação, aí vamos analisar isso e tomar as medidas necessárias", afirmou.
Para o presidente da Abrage (Associação Brasileira de Empresas Geradoras de Energia Elétrica), Flávio Neiva, é improvável que ocorra um racionamento de energia até o fim do ano. Ele disse, porém, que no caso do gás o "cobertor é curto" e pode acontecer um corte para a indústria e para os automóveis.
"É fundamental que as chuvas retornem ou [o governo] vai ter que cortar o gás de alguns setores para redirecionar para o setor elétrico. Os carros, por exemplo, têm de onde tirar, vai na bomba de gasolina e enche o tanque. O setor elétrico não", ressaltou.
Para Calou, o racionamento de gás só deverá ocorrer depois de março, fim do período chuvoso, caso não tenha água suficiente nos reservatórios. Já o presidente do Conselho Administrativo da Anace (Associação Nacional dos Consumidores de Energia), Lindolfo Paixão, acredita que não haverá racionamento de gás, mas diz que é imprescindível que o governo determine de maneira clara as prioridades no uso do insumo e desestimule a utilização em automóveis, por exemplo.
"Tem que haver uma política bem definida para o setor", cobrou.
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