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28/01/2005
-
19h06
SÉRGIO RIPARDO
da Folha Online
Uma crise de confiança do dólar pode afetar as economias de países emergentes, como o Brasil. O alerta foi feito hoje pela consultoria GRC Visão, para quem uma crise é iminente caso o gigantesco déficit público americano não seja reduzido.
"O dólar já não é mais o que costumava ser. Hoje esta moeda não é a única que pode simbolizar as trocas comerciais. O euro e o iene têm se mostrado forte no mercado internacional e cada vez mais estão sendo utilizados nos processos de compra e venda", cita relatório da consultoria.
Segundo a GRC, a atual situação dos EUA --onde o déficit público e em transações correntes atinge valores recordes, o crescimento econômico é moderado e a criação de empregos é baixa-- acaba causando dúvidas e instabilidade no mercado em relação a sustentabilidade da moeda norte-americana.
"A depreciação involuntária do dólar foi uma das saídas encontradas pelo governo norte-americano para diminuir o déficit comercial. Mas se não forem feitos cortes nos gastos públicos, nenhuma medida será eficiente."
Mas a consultoria considera que o governo Bush deve continuar aumentando os gastos públicos com seu plano de "democratização" (como no Iraque) e desarmamento do Oriente Médio, o que consome um expressivo volume de capital.
"A atual situação dos EUA acaba afastando investidores e até mesmo aqueles que poderiam financiar os débitos do país. Quem irá investir em uma moeda que a cada dia perde credibilidade? Vale lembrar que o mercado procura estabilidade e segurança para o seu capital."
A GRC lembra que, desde o fortalecimento do capitalismo, após a Segunda Guerra, o dólar tem sido a moeda que lidera as transações comerciais, mas essa situação pode mudar.
"Até então, os investidores estrangeiros concediam empréstimos aos EUA, pois tinham certeza de que teriam alto retorno e segurança. Porém, esses retornos têm sido menores que os da Europa e do Japão. Portanto, sem esse apoio financeiro o dólar enfraquece a cada dia."
No final de dezembro, o euro bateu recorde histórico frente ao dólar, atingindo o patamar de US$ 1,36. Na segunda-feira passada, o mercado brasileiro rebaixou suas previsões para a moeda americana. O boletim Focus projetou a moeda a R$ 2,74 no final de fevereiro, a R$ 2,90 no fim deste ano e a R$ 3,08 no final de 2006. Mas esses valores devem ser reduzidos ainda mais nas próximas semanas. Hoje o dólar caiu 0,71% para R$ 2,647, menor valor desde junho de 2002.
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Crise de confiança do dólar é iminente, alerta consultoria
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da Folha Online
Uma crise de confiança do dólar pode afetar as economias de países emergentes, como o Brasil. O alerta foi feito hoje pela consultoria GRC Visão, para quem uma crise é iminente caso o gigantesco déficit público americano não seja reduzido.
"O dólar já não é mais o que costumava ser. Hoje esta moeda não é a única que pode simbolizar as trocas comerciais. O euro e o iene têm se mostrado forte no mercado internacional e cada vez mais estão sendo utilizados nos processos de compra e venda", cita relatório da consultoria.
Segundo a GRC, a atual situação dos EUA --onde o déficit público e em transações correntes atinge valores recordes, o crescimento econômico é moderado e a criação de empregos é baixa-- acaba causando dúvidas e instabilidade no mercado em relação a sustentabilidade da moeda norte-americana.
"A depreciação involuntária do dólar foi uma das saídas encontradas pelo governo norte-americano para diminuir o déficit comercial. Mas se não forem feitos cortes nos gastos públicos, nenhuma medida será eficiente."
Mas a consultoria considera que o governo Bush deve continuar aumentando os gastos públicos com seu plano de "democratização" (como no Iraque) e desarmamento do Oriente Médio, o que consome um expressivo volume de capital.
"A atual situação dos EUA acaba afastando investidores e até mesmo aqueles que poderiam financiar os débitos do país. Quem irá investir em uma moeda que a cada dia perde credibilidade? Vale lembrar que o mercado procura estabilidade e segurança para o seu capital."
A GRC lembra que, desde o fortalecimento do capitalismo, após a Segunda Guerra, o dólar tem sido a moeda que lidera as transações comerciais, mas essa situação pode mudar.
"Até então, os investidores estrangeiros concediam empréstimos aos EUA, pois tinham certeza de que teriam alto retorno e segurança. Porém, esses retornos têm sido menores que os da Europa e do Japão. Portanto, sem esse apoio financeiro o dólar enfraquece a cada dia."
No final de dezembro, o euro bateu recorde histórico frente ao dólar, atingindo o patamar de US$ 1,36. Na segunda-feira passada, o mercado brasileiro rebaixou suas previsões para a moeda americana. O boletim Focus projetou a moeda a R$ 2,74 no final de fevereiro, a R$ 2,90 no fim deste ano e a R$ 3,08 no final de 2006. Mas esses valores devem ser reduzidos ainda mais nas próximas semanas. Hoje o dólar caiu 0,71% para R$ 2,647, menor valor desde junho de 2002.
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