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17/05/2005
-
14h20
FABIANA FUTEMA
da Folha Online
O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, admitiu hoje que os empréstimos com desconto direto em folha de pagamento --o chamado crédito consignado-- pressionam a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic.
Segundo ele, o efeito do crédito consignado sobre a inflação e a política de juros é de curto prazo. "Fizemos uma reforma do crédito. Isso tem algum nível de pressão na política monetária? No curto prazo, tem. No médio e longo prazo, ajuda a política monetária."
O ministro descartou, no entanto, alterar os empréstimos com desconto em folha como forma de combate à inflação. "Há uma pressão inflacionária, que precisa ser combatida. Mas não vou piorar estruturalmente o Brasil para responder a isso", disse Palocci, que participou hoje de um fórum sobre Portugal promovido pela Fundação Luso-Brasileira em São Paulo.
O crédito consignado oferece juros menores que outros produtos do mercado por oferecer um risco menor de inadimplência, já que o pagamento será automaticamente debitado do holerite.
Por isso, a partir do lançamento dessa modalidade de crédito, trabalhadores e aposentados continuaram a encontrar opções de crédito mais barato mesmo em um ambiente de alta dos juros.
O Banco Central elevou os juros básicos nos últimos oito meses, chegando aos atuais 19,5% ao ano. Amanhã, o Copom (Comitê de Política Monetária, do BC) pode promover um novo aumento.
De acordo com analistas de mercado, as altas promovidas pelo BC têm surtido um efeito menor porque a população tem conseguido obter crédito a taxas razoáveis mesmo com o aperto devido justamente à criação dos empréstimos com desconto em folha.
Palocci afirmou que é um equívoco pensar que "a melhoria do crédito prejudica fundamentos" econômicos. "A melhoria do crédito melhora o Brasil. O crédito consignado fez com que os trabalhadores brasileiros pagassem metade dos juros que pagavam há dois anos."
Segundo ele, a política econômica precisa olhar para o futuro também. "Não tem efetividade uma política econômica que não olha lá na frente para uma vida melhor para a empresa e a família brasileira."
De acordo com o ministro, foi o trabalhador que conseguiu negociar com os bancos taxas reduzidas de juros no crédito consignado. "Eu vou dizer que isso está atrapalhando o controle da inflação? Que Brasil que eu quero? [Quero] um Brasil em que esse trabalhador possa amanhã tomar um empréstimo por um quinto dos juros."
Câmbio
Palocci aproveitou o debate sobre o crédito consignado para defender o câmbio flutuante, que é alvo de críticas do empresariado brasileiro. "Um dos elementos que fez o real apreciar foi a melhora do Brasil. Todo país que melhora, sua moeda aprecia. Que que eu vou fazer? Vou piorar o Brasil?"
Ele contestou ameaças feitas por empresários que o dólar barato poderia provocar desinvestimentos e demissões. Palocci disse que o saldo da balança comercial continua em alta e que o emprego formal voltou a bater recorde em abril.
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Palocci admite que empréstimo com desconto em folha pressiona juros
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da Folha Online
O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, admitiu hoje que os empréstimos com desconto direto em folha de pagamento --o chamado crédito consignado-- pressionam a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic.
Segundo ele, o efeito do crédito consignado sobre a inflação e a política de juros é de curto prazo. "Fizemos uma reforma do crédito. Isso tem algum nível de pressão na política monetária? No curto prazo, tem. No médio e longo prazo, ajuda a política monetária."
O ministro descartou, no entanto, alterar os empréstimos com desconto em folha como forma de combate à inflação. "Há uma pressão inflacionária, que precisa ser combatida. Mas não vou piorar estruturalmente o Brasil para responder a isso", disse Palocci, que participou hoje de um fórum sobre Portugal promovido pela Fundação Luso-Brasileira em São Paulo.
O crédito consignado oferece juros menores que outros produtos do mercado por oferecer um risco menor de inadimplência, já que o pagamento será automaticamente debitado do holerite.
Por isso, a partir do lançamento dessa modalidade de crédito, trabalhadores e aposentados continuaram a encontrar opções de crédito mais barato mesmo em um ambiente de alta dos juros.
O Banco Central elevou os juros básicos nos últimos oito meses, chegando aos atuais 19,5% ao ano. Amanhã, o Copom (Comitê de Política Monetária, do BC) pode promover um novo aumento.
De acordo com analistas de mercado, as altas promovidas pelo BC têm surtido um efeito menor porque a população tem conseguido obter crédito a taxas razoáveis mesmo com o aperto devido justamente à criação dos empréstimos com desconto em folha.
Palocci afirmou que é um equívoco pensar que "a melhoria do crédito prejudica fundamentos" econômicos. "A melhoria do crédito melhora o Brasil. O crédito consignado fez com que os trabalhadores brasileiros pagassem metade dos juros que pagavam há dois anos."
Segundo ele, a política econômica precisa olhar para o futuro também. "Não tem efetividade uma política econômica que não olha lá na frente para uma vida melhor para a empresa e a família brasileira."
De acordo com o ministro, foi o trabalhador que conseguiu negociar com os bancos taxas reduzidas de juros no crédito consignado. "Eu vou dizer que isso está atrapalhando o controle da inflação? Que Brasil que eu quero? [Quero] um Brasil em que esse trabalhador possa amanhã tomar um empréstimo por um quinto dos juros."
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