Estudos são inconclusivos

da Folha Online

Duas linhas estão em embate nos estudos da erva de São João: a americana e a européia. Cientistas da Europa, especialmente os alemães, já a colocam como um medicamento eficaz.

Já um recente trabalho americano na Vanderbilt University indicou que, em pacientes com depressão moderada, ela não seria melhor do que um placebo _medicamento inativo utilizado para verificar a eficiência de um outro.

Não há, também, registros de casos de melhora de humor naquelas pessoas que não apresentam depressão.

A hipericina seria também um contribuinte para a eliminação de outros medicamentos do sangue. Um teste feito com oito pessoas saudáveis tomando indinavir (inibidor de protease usado no coquetel contra o HIV) reduziu os níveis da substância entre 49% e 99%.

Muitas outras questões estão ainda sem resposta. A dosagem fitoterápica, por exemplo, não está definida. A que está em estudo é de cápsulas de 300g, três vezes ao dia, por cinco semanas.

No entanto, a quantidade de hipericina (princípio ativo) pode variar em cada planta, dependendo inclusive de sua procedência.

Os estudos também não mostram por quanto tempo os benefícios da erva permanecem: a maioria dos testes europeus duraram por volta de cinco semanas.

Outro dado alarmante é um estudo britânico realizado ano passado e publicado na revista "New Scientist". Segundo pesquisa feita por Joan Roberts, da Universidade de Fordham, no Reino Unido, a erva de São João pode causar danos à visão, se o indivíduo estiver exposto diretamente à luz forte.

Segundo os pesquisadores, a hipericina reage com os raios ultravioleta e produz radicais livres que danificariam a estrutura das células, causando catarata.

Fontes: Lech Szymanski, membro da Associação Paulista de Homeopatia e do departamento de homeopatia da Associação Paulista de Medicina; Fernando Requena, homeopata e médico ortomolecular; Geni Coronel Lustosa, psiquiatra homeopata; textos de referência; Folha de S.Paulo


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