Aforismos espelham
sociedade indiana antiga
da Folha Online
Há
1.500 anos, sem a influência dos tabus do mundo ocidental,
ainda era possível na cultura indiana explicar como melhorar
a relação amorosa e como viver melhor. Leia alguns
dos aforismos do Kama Sutra que Vatsyayana escreveu:
-Na
literatura antiga, foram classificadas 52 categorias de possíveis
amantes, como a Laghumanavati (perversa), a anudha
(virgem tímida), a kalutá (ninfomaníaca)
a garvitá (vaidosa), a hastini (robusta e sensual).
-Para
atrair o sexo contrário, a jovem mulher deve estudar as Sessenta
e Quatro Artes do Agrado. Se não for possível, deve
aprender algumas delas, como praticar a música vocal, jogar
adivinhação, encadernar os manuscritos, aprender a
falar com os papagaios.
-O
homem de bem (o negaraka) deve tomar banho uma vez por dia,
fazer uma massagem a cada dois, ensaboar-se a cada três, depilar
o sexo e as axilas a cada dez e perfurmar-se.
-De
acordo com a dimensão de seu sexo, um homem pode ser uma
lebre, um cavalo ou um touro. E uma mulher pode ser considerada
corsa, égua ou elefante. Os relacionamentos que dão
certo, são geralmente entre os elementos equivalentes. A
prática sexual entre uma mulher elefante e um homem lebre
pode ser um desastre.
-O
homem que acaba rapidamente não é tão bem visto
quanto o que demora mais.
-Não
existem momentos ou lugares especiais para arranhar-se, beijar-se
ou morder-se. Conforme a intensidade da relação, podem
ser dados golpes leves nas nádegas ou nas costas.
-Nas
preliminares, existem quatro tipos de abraço: o abraço
do cipó, que acontece quando ele envolve a mulher como o
cipó a árvore e ela beija nos lábios e depois
tenta se separar emitindo um gemido. Outro é chamado de subida
à árvore. Ela chega perto dele e enlaça-o pelas
pernas e começa a subir até o pescoço, emitindo
um pequeno suspiro. O terceiro abraço é conhecido
como o do riso ou gergelim: deitados os dois confundem braços
e pernas, cara a cara. No último, os amantes ficam cegos
pelo desejo, incapazes de esperar, apertando-se em uma mordida,
misturando-se entre si. Esse se chama o abraço da água
e do leite.
-À
noite, durante uma reunião familiar ou em um espetáculo,
o homem pode aproximar-se à mulher, pegar as suas mãos,
beijar os seus dedos ou jogar-se ao chão para acariciar as
unhas de seus pés com a língua.
-Usa-se
o arranhão do tigre sobre o rosto dele ou o peito dela, antes
de uma longa viagem: a lembrança do amor permance por mais
tempo.
-Devemos
comportar-nos com as mulheres de acordo com as convenções
dos lugares. Para conquistar as mulheres de Kishala ou de outras
regiões onde predomina o matriarcado, é bom empregar
certa violência. Neste caso, devemos usar objetos como o Apadravya
(consolo de borracha).
-Se
ele é do tipo lebre e ela, elefante, é indispensável
o uso do Apadravya.
-Quando
existe confiança mútua, não há problema
em praticar o sexo sem limites ou, o chamado Ayantritarata, com
mais pessoas, sem limitações. Mas para isso, o acordo
entre o homem e a mulher deve ser estabelecido.
-Um
homem esperto evitará casar-se com uma mulher de condição
superior, para não correr o risco de se tornar um escravo.
-Quando
se casa com uma moça é necessário ser doce
e ter muita paciência. É aconselhável iniciá-la
nos jogos amorosos antes de deflorá-la imediatamente.
-Na
primeira noite, o homem tem que ficar um momento deitado ao lado
dela, em silêncio. Depois, com delicadeza poderá tocar-lhe
a ponta dos seios.
-Quando
se deseja a mulher do outro, convém analisar as chances de
sucesso, considerar os riscos e descobrir se ela quer também
a relação.
-O
homem culto e inteligente, preocupado com a moral e ao mesmo tempo
com os interesses materiais e em viver bem, não deve se tornar
um maníaco erótico ávido por sexo, mas procurar
uma relação estável.
Foto:
"Kama Sutra - Técnicas Clássicas para os Amantes
de Hoje", de Anne Hooper (160 págs.) - Editora
Ediouro.
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