Alergia a pólen
chega com primavera
da Folha Online
Matuiti_Mayezo/Folha
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O
pinheiro é um exemplo de planta de clima temperado, cujo
pólen causa alergia |
Primavera
é realmente uma estação agradável, porque
as flores deixam o ambiente bonito e perfumado. Mas é também
a época em que ocorre uma doença considerada sazonal:
a polinose ou alergia a pólen.
Ela
ocorre principalmente em regiões de clima temperado, onde
as estações do ano são bem definidas. Por isso,
a maior incidência no Brasil é registrada nos Estados
da região Sul, onde os primeiros casos foram descobertos
na década de 40. Nos anos 70 e 80, foram iniciadas as pesquisas
com pacientes de polinose originada aqui no Brasil.
Outras cidades onde o clima é frio, como Campos do Jordão,
no interior de São Paulo, podem registrar casos de polinose.
Nesses locais, aumenta a carga de pólen no ar nessa época
do ano, porque todas as plantas começam a florescer.
Mas
não é todo tipo de pólen que provoca alergia.
O mais comum é o pólen pequeno, presente em ciprestes,
pinheiros e gramíneas, mais especificamente uma espécie
de gramínea conhecida como azevém. O pólen
pequeno é mais facilmente transportado pelo vento, por isso
permanece no ar por mais tempo que o pólen das flores, transportado
por insetos.
O azevém
é uma forragem de inverno, uma espécie de pastagem.
A planta não é nativa, foi trazida ao Brasil por imigrantes
europeus. Sua utilização em pastos originou o apelido
"febre do feno", dado à polinose.
Mas
quem mora em outras regiões não está totalmente
livre da alergia a pólen. Principalmente se já tiver
visitado os Estados do Sul ou outros países de clima temperado.
Você pode ter contato com essas plantas e apresentar sintomas
mais frequentemente na primavera. Isso porque as doenças
alérgicas são causadas por fatores ambientais, mas
também por predisposição genética.
A polinose
é considerada uma doença de adultos. Ela demora meses
para se manifestar, às vezes até anos, até
que o corpo reaja ao anticorpo causador da alergia. A média
de idade das pessoas com polinose é de 32 anos.
Os
principais sintomas da alergia são coriza (nariz escorrendo),
espirros e coceira, nos olhos e no nariz. A polinose pode desencadear
um agravamento no quadro de rinite e conjuntivite alérgicas
e até da asma sazonal, ou seja, asma que ocorre também
na primavera, que são mais comumente encontradas no Brasil.
O tratamento
pode ser feito à base de remédios, chamados anti-histamínicos
ou de vacinas. As vacinas são específicas para cada
tipo de pólen, por isso é preciso fazer um teste alérgico
antes de aplicá-las.
Devido
à predisposição genética, não
é possível erradicar a polinose. Mas as pessoas que
já tenham apresentado algum sintoma devem evitar passeios
em locais onde possa haver muito pólen, como parques e áreas
muito arborizadas. Ao contrário da alergia ao ácaro,
mais frequente no Brasil, as janelas da casa de quem tem alergia
a pólen devem permanecer fechadas o maior tempo possível,
para evitar o contato com o vento, que transporta o pólen.
Fontes:
Ana Paula Moschione Castro e Fábio
Fernandes Morato Castro, diretores da SBAI (Sociedade
Brasileira de Alergia e Imunopatologia) ; Rosa
Maria Mazzuco, alergista da UFSC (Universidade Federal de Santa
Catarina); Nelson Augusto Rosário Filho, professor de pediatria
e pesquisador da UFPR (Universidade Federal do Paraná)
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