Folha Online Eleições   Brasil Online
Últimas Notícias
Apuração
Presidência
Palanque
Pesquisas
Estados
Congresso Nacional
Desafios
Curiosidades
Frases
Galeria de imagens
Charges
História
Serviços

História - 1898 - Campos Sales

Governadores-Coronéis

Reprodução
Operários na frente da tecelagem Crespi, fábrica instalada em São Paulo
Prudente de Morais chegou ao Palácio do Catete desacreditado e saiu sob aplausos. Com o prestígio acumulado, fez seu sucessor com facilidade, o amigo de faculdade e também fazendeiro paulista Campos Sales, ex-governador de São Paulo.

As finanças do país estavam em total desequilíbrio quando Campos Sales assumiu. O Tesouro Nacional estava à beira da bancarrota, sem recursos para atender compromissos externos, afundado em pagamentos de gastos militares e dívidas contraídas desde o Império.

Nome: Manuel Ferraz de Campos Sales
Natural de:
São Paulo
Gestão: 15.nov.1898 a 15.nov.1902
O principal destaque do mandato de Campos Sales foi o saneamento das finanças do país. Em 1902, no término de seu mandato, ele se retirou da vida pública. Mas voltou à cena política em 1909, como senador.
A alternativa adotada pelo novo presidente foi a venda da dívida externa do Brasil a um único comprador, os Rotschild, grupo financeiro inglês. Em contrapartida à venda, o Brasil teria a renovação dos serviços da dívida _gastos correspondentes aos procedimentos burocráticos e oficiais necessários e mais os juros estabelecidos_, a concessão de garantias seguras e três anos para pagar os compromissos assumidos.

Como garantia do acordo, Sales concedeu aos banqueiros ingleses as receitas da maior estrada de ferro do país e toda a renda alfandegária do Rio de Janeiro. O Brasil obteve novo empréstimo no valor de 10 milhões de libras esterlinas para a formação de um "funding-loan", a ser amortizado em dez anos.

Paralela à negociação externa, Campos Sales impôs rigorosa contenção de gastos públicos, prejudicando os que se beneficiavam de obras do governo. As medidas retardaram o processo de industrialização em curso. Durante a gestão de Sales, São Paulo possuía 170 fábricas, 50 delas com mais de 100 operários.

Apesar do arrocho adotado, o presidente paulista não deixou de conceder benefícios aos cafeicultores...

Campos Sales adotou o que ele mesmo chamou de política dos Estados como forma de obter um maior controle de todo o processo eleitoral. A medida resultava em benefícios às oligarquias estaduais (principalmente, paulistas e mineiras), a grupos familiares locais (sobretudo, alguns coronéis do Nordeste) e na proteção de lideranças individuais, como Pinheiro Machado (Rio Grande do Sul), J.J. Seabra (Bahia) e Rosa e Silva (Pernambuco).

A política dos governadores consistia no controle do governo federal sobre todo o processo eleitoral e buscava a conciliação entre os poderes locais e central.

O governo garantia a eleição de aliados nos Estados e no Congresso por meio de mecanismos autorizados pela Constituição, como, por exemplo, o alistamento eleitoral realizado por membros do próprio governo, a "fiscalização" do voto aberto (vota-se sob as vistas de fiscais do governo), o acompanhamento das apurações no pleito, com a fraude de atas que indicavam os vencedores, e, por fim, por meio da seleção de aliados pelo uso do processo de reconhecimento realizado pelo Congresso, definido pela Constituição. Uma comissão do Congresso tinha a função de verificar os diplomas dos eleitos, podendo impugnar candidaturas.

A política de Campos Sales de benefício às oligarquias impediu que os extintos partidos monarquistas fossem substituídos por agremiações consistentes e representativas.

Copyright Folha de S. Paulo. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress (pesquisa@folhapress.com.br).