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História-1902- Rodrigues Alves

A França tupiniquim

Reprodução
Charge retrata a campanha de Oswaldo Cruz no Rio que gerou a Revolta da Vacina
A eleição do terceiro paulista a ocupar a Presidência da República, Rodrigues Alves, ocorreu em total harmonia e tranqüilidade. O novo presidente recolheu os benefícios da política dos governadores adotada pelo antecessor Campos Sales. Chegou à eleição sem adversários ou opositores ao lado de seu vice, Afonso Pena.

Paulista de Guaratinguetá, de poderosa família de latifundiários, Alves assumiu a Presidência decidido a transformar a capital federal, o Rio de Janeiro, em cartão de visitas para o capital estrangeiro _um porto parisiense num corredor de exportação tropical. Após saneada as contas do governo, o novo presidente incrementou política monetarista do amigo Campos Sales e saiu em busca de mais dinheiro no exterior para a retomada de obras públicas.

Nome: Francisco de Paula Rodrigues Alves
Natural de:
São Paulo
Gestão:
15.nov.1902 a 15.nov.1906
Rodrigues Alves governou a província de São Paulo entre 1887 e 1888. Foi ministro da Fazenda de Floriano Peixoto e Prudente de Morais. Ao término de seu mandato na Presidência, voltou a ocupar o governo de São Paulo.
Além das edificações do Teatro Municipal, da Biblioteca Nacional, do Palácio Monroe, da Faculdade de Direito do Recife e de Medicina de São Paulo e Salvador, Alves se empenhou em concretizar o projeto de remodelação do Rio de Janeiro a qualquer preço. Para tanto, contou com o prefeito da Capital Federal, o engenheiro Francisco Pereira Passos.

Já no primeiro ano de seu mandato, o Rio se transformou em canteiro de obras. O Rio antigo desabou em marretadas e deu espaço a grandes avenidas, modernas lojas, cafés elegantes e deu início ao saneamento da Lagoa Rodrigues de Freitas, ao arrasamento dos morros de Santo Antônio e Castelo. Vielas estreitas, velhos quiosques e cortiços viraram pó da noite para o dia.

Rodrigues Alves se defrontou logo com um sério problema urbanístico. O projeto de transposição da capital francesa para os trópicos esbarrou na população pobre do Rio. Os cenários não combinavam. A República descobriu mais uma vez a população. Com as demolições em curso, os preços do aluguel na região central dispararam, e a população foi expulsa para longe do local de trabalho.

O conflito entre o projeto de "afrancesamento" do Rio e a população pobre estourou na Revolta da Vacina. Em 1904, a população se rebelou contra a obrigatoriedade da vacinação contra a varíola. O governo determinou que tudo o que as turmas de saneamento encontrassem nas casas e que fosse considerado prejudicial à higiene passasse a ser apreendido ou destruído. Os protestos chegaram às ruas e foram reprimidos, com prisão e morte de manifestantes.

A revolta marcou o descompasso entre uma República oligárquica e a população pobre.


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