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23/03/2001
-
20h07
da Folha de S.Paulo
Muito trabalho e pouco retorno. Essa tem sido a sina de Gustavo Kuerten nos Estados Unidos, onde amanhã, contra o marroquino Hicham Arazi, por volta das 16h30 (horário de Brasília), estréia no Masters Series de Miami, o segundo da temporada.
Em nenhum outro lugar do planeta o brasileiro jogou tantos torneios e partidas profissionais como na meca do tênis.
Mesmo com ótimo aproveitamento, venceu 69% dos jogos que disputou lá, Kuerten não recebe, em igual proporção, o mesmo retorno em termos financeiros e pontos para o ranking.
Até hoje, o brasileiro disputou 24% das partidas que já fez pelo circuito principal da ATP na terra de Pete Sampras e Andre Agassi.
Em quadras norte-americanas, ele já participou de 25 torneios, também cerca de um quarto do total da sua carreira.
Quando se verifica o impacto dos EUA no que Kuerten já amealhou na carreira, entretanto, a proporção é bem diferente.
Contabilizando até competições de duplas, o pupilo de Larri Passos faturou US$ 1,11 milhão em campeonatos disputados no país. Esse valor, aparentemente alto, representa apenas 12% de todo o dinheiro que o tenista já acumulou em sua vida profissional, que teve início em 1995.
Para o ranking, os torneios disputados nos EUA também não pesam muito para Kuerten.
Do grupo de 19 torneios que formam a pontuação do tenista no ranking de entradas, que é liderado por ele, cinco, ou 26% do total, foram disputados em terras norte-americanas. Já a participação dessas competições nos pontos é mais modesta _20%.
Os números do brasileiro na França deixam mais claro o quanto as maratonas de jogos nos EUA não rendem o esperado.
No país em que surgiu para o mundo do tênis, com a conquista de Roland Garros em 1997, Kuerten disputou apenas 11% dos jogos da sua carreira. Em compensação, os prêmios franceses representam 17% do valor já arrecadado pelo tenista, que tem uma legião de fãs na capital francesa.
Mesmo com apenas dois torneios no portfólio de campeonatos que compõe seu ranking de entradas, a França responde por 27% dos pontos de Kuerten.
Na raiz do descompasso entre número de jogos e premiação do brasileiro nos EUA está o perfil das suas campanhas.
Apesar de muitas vitórias, foram 53 em 77 jogos disputados, Kuerten chegou em apenas duas finais nos EUA _em Indianápolis-2000, quando foi campeão, e em Miami, no ano passado.
Na estrutura atual do tênis, a diferença de ficar entre os oito melhores de um torneio e ser campeão é enorme. O Aberto dos EUA, a maior competição do país, mostra bem essa distorção.
O campeão da competição fatura mil pontos no ranking de entradas e US$ 800 mil. Um tenista que chega às quartas-de-final, ganha pouco mais de US$ 100 mil e 250 pontos para o ranking.
Em Miami, Kuerten tem uma ótima chance de começar a inverter a relação entre trabalho e resultados nos EUA. O torneio tem uma das maiores premiações do circuito -o campeão fatura US$ 444 mil e 500 pontos no ranking.
Oncins
O brasileiro Jaime Oncins estreou com vitória hoje na chave de duplas do Torneio de Miami. Ele e o argentino Pablo Albano ganharam por 2 sets a 0, com parciais de 6/3 e 7/6 (7/4 no tie-break), do norte-americano Jack Waite e do sul-africano Robbie Koenig.
Agora, os sul-americanos terão pela frente a dupla do Zimbábue formada por Wayne Black e Kevin Ullyett, em data ainda não divulgada.
Guga estréia amanhã no Master Series de Miami
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Muito trabalho e pouco retorno. Essa tem sido a sina de Gustavo Kuerten nos Estados Unidos, onde amanhã, contra o marroquino Hicham Arazi, por volta das 16h30 (horário de Brasília), estréia no Masters Series de Miami, o segundo da temporada.
Em nenhum outro lugar do planeta o brasileiro jogou tantos torneios e partidas profissionais como na meca do tênis.
Mesmo com ótimo aproveitamento, venceu 69% dos jogos que disputou lá, Kuerten não recebe, em igual proporção, o mesmo retorno em termos financeiros e pontos para o ranking.
Até hoje, o brasileiro disputou 24% das partidas que já fez pelo circuito principal da ATP na terra de Pete Sampras e Andre Agassi.
Em quadras norte-americanas, ele já participou de 25 torneios, também cerca de um quarto do total da sua carreira.
Quando se verifica o impacto dos EUA no que Kuerten já amealhou na carreira, entretanto, a proporção é bem diferente.
Contabilizando até competições de duplas, o pupilo de Larri Passos faturou US$ 1,11 milhão em campeonatos disputados no país. Esse valor, aparentemente alto, representa apenas 12% de todo o dinheiro que o tenista já acumulou em sua vida profissional, que teve início em 1995.
Para o ranking, os torneios disputados nos EUA também não pesam muito para Kuerten.
Do grupo de 19 torneios que formam a pontuação do tenista no ranking de entradas, que é liderado por ele, cinco, ou 26% do total, foram disputados em terras norte-americanas. Já a participação dessas competições nos pontos é mais modesta _20%.
Os números do brasileiro na França deixam mais claro o quanto as maratonas de jogos nos EUA não rendem o esperado.
No país em que surgiu para o mundo do tênis, com a conquista de Roland Garros em 1997, Kuerten disputou apenas 11% dos jogos da sua carreira. Em compensação, os prêmios franceses representam 17% do valor já arrecadado pelo tenista, que tem uma legião de fãs na capital francesa.
Mesmo com apenas dois torneios no portfólio de campeonatos que compõe seu ranking de entradas, a França responde por 27% dos pontos de Kuerten.
Na raiz do descompasso entre número de jogos e premiação do brasileiro nos EUA está o perfil das suas campanhas.
Apesar de muitas vitórias, foram 53 em 77 jogos disputados, Kuerten chegou em apenas duas finais nos EUA _em Indianápolis-2000, quando foi campeão, e em Miami, no ano passado.
Na estrutura atual do tênis, a diferença de ficar entre os oito melhores de um torneio e ser campeão é enorme. O Aberto dos EUA, a maior competição do país, mostra bem essa distorção.
O campeão da competição fatura mil pontos no ranking de entradas e US$ 800 mil. Um tenista que chega às quartas-de-final, ganha pouco mais de US$ 100 mil e 250 pontos para o ranking.
Em Miami, Kuerten tem uma ótima chance de começar a inverter a relação entre trabalho e resultados nos EUA. O torneio tem uma das maiores premiações do circuito -o campeão fatura US$ 444 mil e 500 pontos no ranking.
Oncins
O brasileiro Jaime Oncins estreou com vitória hoje na chave de duplas do Torneio de Miami. Ele e o argentino Pablo Albano ganharam por 2 sets a 0, com parciais de 6/3 e 7/6 (7/4 no tie-break), do norte-americano Jack Waite e do sul-africano Robbie Koenig.
Agora, os sul-americanos terão pela frente a dupla do Zimbábue formada por Wayne Black e Kevin Ullyett, em data ainda não divulgada.
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