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11/06/2001
-
23h31
JOSÉ ALBERTO BOMBIG e
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
da Folha de S.Paulo
O técnico Luiz Felipe Scolari, 52, será o substituto de Emerson Leão no comando da seleção brasileira. O anúncio oficial acontece hoje ou amanhã na sede da Confederação Brasileira de Futebol.
Atualmente no Cruzeiro, o treinador foi contatado pela CBF quando Leão ainda comandava a equipe nacional na Copa das Confederações.
Diferentemente do ano passado, quando foi sondado para dirigir a seleção e se recusou a conversar sobre o assunto, agora, de cara, aceitou dialogar.
Um dos principais motivos foi a insatisfação com a diretoria cruzeirense, que não estaria fazendo os investimentos necessários no departamento de futebol.
Outro, o fato de a seleção brasileira estar atravessando uma das piores crises de sua história, ameaçada, inclusive, de não se classificar para a Copa-2002.
Um dos melhores amigos de Scolari, que preferiu para não ser identificado, diz que, agora, ele assumiria a seleção numa condição diferente da que teria em outubro do ano passado, após o fiasco olímpico que gerou a queda de Wanderley Luxemburgo.
Vinda de uma série maior de fracassos, a seleção poderia representar a consagração do treinador gaúcho, caso ele a classifique para o Mundial.
No início da tarde, ainda antes da confirmação de que Scolari seria o técnico da seleção, Zezé Perrella, presidente do Cruzeiro, disse à Folha que o time mineiro não se oporia à saída do treinador.
"Não existe multa contratual, nada que atrapalhe [a ida para a seleção]. Posso garantir que muito menos o Cruzeiro. Queremos que ele fique, mas também desejamos o bem do futebol brasileiro", disse o dirigente, que também é deputado federal.
Segundo Perrella, a intenção do Cruzeiro, no caso, era "dividir" Scolari com a seleção, como aconteceu com Luxemburgo, em 1998, assim que assumiu o comando do time _durante quatro meses, ele dividiu a direção da seleção com a do Corinthians.
Scolari, porém, deu a entender que a hipótese de dirigir os dois times ao mesmo tempo não existe. "Conciliar as duas funções não é fácil. Quando se trabalha 30 dias em um lugar e três em outro, até pode ser compatível, mas se não é esse o caso, aí não é legal", disse ele, antes de completar: "Um técnico dificilmente serviria dois senhores ao mesmo tempo."
Além do Cruzeiro, a Folha apurou que o HMTF, fundo parceiro do time mineiro e do Corinthians, também não colocou obstáculos para Scolari aceitar o convite.
E, pelo contrário, até incentivou que o técnico o fizesse, já que o fundo não pretende aumentar os investimentos no clube de Minas.
Tido como especialista em mata-mata, torneios que, como a Copa do Mundo, a partir das oitavas-de-final, adotam o sistema de jogos eliminatórios, Scolari diz considerar "uma grande responsabilidade" a tarefa de dirigir o Brasil.
Após a reapresentação dos jogadores do Cruzeiro, ontem pela manhã, na Toca da Raposa, o técnico gaúcho citava pesquisas que indicavam que 70% dos torcedores brasileiros defendiam seu nome para a seleção.
Ele lembrou também que outros treinadores, caso de Carlos Alberto Parreira, "lembraram com carinho" de seu nome, o que o deixara "muito lisonjeado".
A primeira tarefa de Scolari como técnico do Brasil será formar a lista de jogadores que enfrentam o Uruguai, em 1º de julho, em Montevidéu, jogo considerado chave para a classificação da seleção para a Copa-2002.
A lista que Leão, que chega hoje ao Brasil vindo do Japão, pretendia apresentar, continha o nome de vários jogadores que fracassaram com o time na Copa das Confederações. (com SÉRGIO RANGEL, da Sucursal do Rio)
Scolari assume a seleção brasileira
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JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
da Folha de S.Paulo
O técnico Luiz Felipe Scolari, 52, será o substituto de Emerson Leão no comando da seleção brasileira. O anúncio oficial acontece hoje ou amanhã na sede da Confederação Brasileira de Futebol.
Atualmente no Cruzeiro, o treinador foi contatado pela CBF quando Leão ainda comandava a equipe nacional na Copa das Confederações.
Diferentemente do ano passado, quando foi sondado para dirigir a seleção e se recusou a conversar sobre o assunto, agora, de cara, aceitou dialogar.
Um dos principais motivos foi a insatisfação com a diretoria cruzeirense, que não estaria fazendo os investimentos necessários no departamento de futebol.
Outro, o fato de a seleção brasileira estar atravessando uma das piores crises de sua história, ameaçada, inclusive, de não se classificar para a Copa-2002.
Um dos melhores amigos de Scolari, que preferiu para não ser identificado, diz que, agora, ele assumiria a seleção numa condição diferente da que teria em outubro do ano passado, após o fiasco olímpico que gerou a queda de Wanderley Luxemburgo.
Vinda de uma série maior de fracassos, a seleção poderia representar a consagração do treinador gaúcho, caso ele a classifique para o Mundial.
No início da tarde, ainda antes da confirmação de que Scolari seria o técnico da seleção, Zezé Perrella, presidente do Cruzeiro, disse à Folha que o time mineiro não se oporia à saída do treinador.
"Não existe multa contratual, nada que atrapalhe [a ida para a seleção]. Posso garantir que muito menos o Cruzeiro. Queremos que ele fique, mas também desejamos o bem do futebol brasileiro", disse o dirigente, que também é deputado federal.
Segundo Perrella, a intenção do Cruzeiro, no caso, era "dividir" Scolari com a seleção, como aconteceu com Luxemburgo, em 1998, assim que assumiu o comando do time _durante quatro meses, ele dividiu a direção da seleção com a do Corinthians.
Scolari, porém, deu a entender que a hipótese de dirigir os dois times ao mesmo tempo não existe. "Conciliar as duas funções não é fácil. Quando se trabalha 30 dias em um lugar e três em outro, até pode ser compatível, mas se não é esse o caso, aí não é legal", disse ele, antes de completar: "Um técnico dificilmente serviria dois senhores ao mesmo tempo."
Além do Cruzeiro, a Folha apurou que o HMTF, fundo parceiro do time mineiro e do Corinthians, também não colocou obstáculos para Scolari aceitar o convite.
E, pelo contrário, até incentivou que o técnico o fizesse, já que o fundo não pretende aumentar os investimentos no clube de Minas.
Tido como especialista em mata-mata, torneios que, como a Copa do Mundo, a partir das oitavas-de-final, adotam o sistema de jogos eliminatórios, Scolari diz considerar "uma grande responsabilidade" a tarefa de dirigir o Brasil.
Após a reapresentação dos jogadores do Cruzeiro, ontem pela manhã, na Toca da Raposa, o técnico gaúcho citava pesquisas que indicavam que 70% dos torcedores brasileiros defendiam seu nome para a seleção.
Ele lembrou também que outros treinadores, caso de Carlos Alberto Parreira, "lembraram com carinho" de seu nome, o que o deixara "muito lisonjeado".
A primeira tarefa de Scolari como técnico do Brasil será formar a lista de jogadores que enfrentam o Uruguai, em 1º de julho, em Montevidéu, jogo considerado chave para a classificação da seleção para a Copa-2002.
A lista que Leão, que chega hoje ao Brasil vindo do Japão, pretendia apresentar, continha o nome de vários jogadores que fracassaram com o time na Copa das Confederações. (com SÉRGIO RANGEL, da Sucursal do Rio)
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