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10/11/2001 - 19h33

Maradona brilha, chora e faz gols em sua despedida

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da Folha Online

Em uma grande festa, o argentino Diego Maradona, 41, foi homenageado na tarde de hoje no estádio La Bombonera, do Boca Juniors _time mais tradicional do país, que ele defendeu, foi ídolo e torce.

A partida reuniu estrelas do mundo todo contra a seleção argentina, que venceu por 6 a 3, com três gols do astro, três deles de pênalti.

Maradona atuou com a camisa dez da seleção, que será aposentada, até os 30min do segundo tempo, e terminou a partida com outra do Boca Juniors.

Antes do término, a fanática torcida do Boca reverenciou o ex-jogador com queima de fogos e coro. Aos prantos, ele beijou diversas vezes a camisa do clube e retribuiu com gols e belos passes, apesar do excesso de peso.

O jogo-homenagem do ex-meia teve a presença de Pelé nas arquibancadas.

Carreira

Deixado de fora da seleção argentina campeã mundial em 1978, quando sonhava em igualar Pelé ao conquistar uma Copa quando adolescente, Maradona liderou a equipe argentina ao título mundial de juniores no ano seguinte.

Na Copa de 1986, ele derrotou a Inglaterra praticamente sozinho nas quartas-de-final, usando recursos legais e ilegais. O gol com a mão, apelidado de "Mão de Deus", e o segundo que decidiu a partida ilustraram a dualidade do garoto que se tornou um astro.

Em 1994, sem clube e desacreditado, voltou à forma para a Copa do Mundo dos Estados Unidos.

Depois de criar a expectativa de mais um título para o povo argentino, foi frustrado por mais uma acusação de doping e uma suspensão de 15 meses.

Drogas

A primeira suspensão aconteceu há uma década, com um teste de rotina, depois de uma partida do Campeonato Italiano, quando atuava pelo Nápoli. De volta a Buenos Aires, Maradona foi preso por porte de drogas ilegais. Sua carreira parecia acabada.

Em 1992 retornou com o Sevilha, da Espanha, e em 1993 voltou a vestir a camisa da seleção argentina, contra o Brasil.

Mas a essa altura, Maradona tinha um comportamento inconstante. Ele abandonou o Sevilha e assistiu da arquibancada a derrota da Argentina para a Colômbia por 5 a 0, pelas eliminatórias, em 1993.

A torcida gritava o seu nome mais alto a cada gol colombiano no estádio Monumental de Nuñes, do River Plate.

A seleção argentina parecia depender de seu futebol. Ele retornaria, então, como "salvador da pátria", na repescagem contra a Austrália, que a Argentina venceu por apenas um gol.

Mas Maradona teve de passar por um intenso programa de recuperação física para poder entrar em forma para a Copa do Mundo.

Durante a suspensão, fez tentativas como técnico do Deportivo Mandiyu e Racing Club. Voltou a atuar em 1995, pelo Boca Juniors. Foi um retorno recheado de controvérsias, que incluiu uma nova acusação, não comprovada, de doping. Em 25 de outubro de 1997, Maradona encerrou sua carreira, cinco dias antes de completar 37 anos.

Seleção

Maradona disputou 91 partidas pela seleção argentina e poderia ter chegado às 150, como o alemão Lothar Matthaeus, rival em duas finais consecutivas de Copa do Mundo, em 1986 e 90.

Além dos dois períodos de suspensão e da irregularidade nas atuações depois da Copa de 1990, Maradona perdeu 24 jogos seguidos de 1982 a 85, por causa da decisão do técnico Carlos Bilardo de trabalhar apenas com jogadores que atuassem no país.

Durante esse período, ele atuou pelo Barcelona e pelo Nápoli, clube pelo qual conquistou os títulos italianos de 1987 e 1990.

Bilardo percebeu que suas chances de ganhar a Copa do Mundo sem ele eram mínimas e fez dele o capitão e líder da equipe.

A conquista do título em 1986 foi o ponto mais alto de sua carreira, um pilar de onde ele caiu rápido e duramente, apesar das muitas tentativas de dar a volta por cima.

Maradona foi escolhido o melhor jogador argentino de todos os tempos em 1993. No ano passado, foi eleito pela Fifa como um dos dois melhores do mundo, juntamente com Pelé.

Com a Reuters
 

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