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30/06/2002
-
09h50
EDUARDO VIEIRA
da Folha Online
Nunca antes uma final de Copa do Mundo teve tanto valor histórico. Em confronto inédito entre as duas maiores seleções de todos os tempos, o Brasil venceu hoje a Alemanha por 2 a 0 e se tornou o primeiro e único país pentacampeão mundial de futebol. Confira os melhores lances.
Na primeira Copa do terceiro milênio, primeira no continente asiático e também a primeira a ser dividida entre dois países (Coréia do Sul e Japão), o time comandado por Luiz Felipe Scolari ampliou e consolidou ainda mais o domínio brasileiro no esporte mais popular do planeta, além de ofuscar o fiasco da decisão da Copa-98, com a traumática derrota para os franceses.
Pivô do fracasso na última edição _teve uma crise nervosa antes da final_, Ronaldo foi o herói da conquista no estádio de Yokohama, no Japão.
Além de marcar os dois gols da vitória, proporcionou o primeiro título brasileiro conjugado com a artilharia da competição _balançou a rede oito vezes em sete jogos e igualou Pelé em número de gols em Copas, com 12.
A vitória em solo asiático mantém o Brasil como o único a ter conquistado títulos em todos os continentes onde a Copa já foi disputada _levantou a taça também na Europa (Suécia-58), América do Sul (Chile-62) e América do Norte (México-70 e EUA-94).
Com o pentacampeonato, a América do Sul retoma a liderança em número de conquistas contra a Europa, com nove contra a oito.
A disputa entre brasileiros e alemães serviu como verdadeiro "tira-teima" entre os dois times mais efetivos dos 72 anos de Copas.
Ambos monopolizam a primeira e a segunda colocações em quase todos os rankings que contabilizam os números históricos do Mundial, sempre com vantagem brasileira.
Mesmo sem nunca terem se encontrado antes, estiveram em 13 das 17 decisões de Mundiais _sete cada um, contando o jogo deste domingo.
São disparado os dois times que mais entraram em campo em Copas, com 87 jogos do Brasil e 85 da Alemanha _a Itália é a que mais se aproxima, com 70 partidas.
A vitória deste domingo foi a 60ª da seleção em Mundiais, contra 50 dos alemães. A "dobradinha" acontece também em número de pontos conquistados (194 contra 168), gols pró (191 a 176), saldo de gols (109 a 70), aproveitamento (74,3% a 65,8%) e participações (17 a 15).
Em uma Copa marcada por "zebras" e eliminações precoces de favoritos, o Brasil chegou ao título com uma campanha brilhante _e surpreendente.
Em pouco mais de um ano, o futebol brasileiro saiu de sua maior crise da história, com duas CPIs investigando o esporte no Congresso, passou por seus piores fracassos dentro de campo, com vexames como a eliminação da Copa América-2001 e a campanha agonizante nas eliminatórias, para alcançar a maior glória já atingida.
Personagem principal na reviravolta, o técnico Luiz Felipe Scolari apostou na manutenção do ambiente no grupo, na insistência e ainda contou com a sorte.
Contra a vontade popular, o gaúcho alijou da equipe o atacante Romário, que teve lobby até mesmo do presidente Fernando Henrique Cardoso, e outros "bad boys", como o meia Djalminha.
O resultado foi o grupo que ficou conhecido como "família Scolari". O próprio presidente da CBF, Ricardo Teixeira, atestou não ter visto vínculo entre jogadores e técnico parecido desde que assumiu o cargo, em 1989.
Beneficiada por ficar no grupo mais fraco da primeira fase, a seleção teve o privilégio de poder acertar o time durante a competição.
A sorte acompanhou o Brasil também nos mata-matas, já que as equipes que seriam os maiores obstáculos no caminho até a final _Argentina e França_ não passaram nem mesmo da fase de classificação. A equipe mais forte no trajeto brasileiro foi a Inglaterra, adversária das quartas-de-final.
A insistência do técnico no esquema 3-5-2, que foge às tradições do futebol brasileiro, só foi recompensada na reta final da competição. Setor crítico na primeira fase, a defesa só mostrou alguma segurança nos quatro últimos jogos.
Apesar da conquista, o contrato de Scolari termina neste domingo. O treinador estuda uma proposta de Ricardo Teixeira para permanecer.
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Na primeira Copa do terceiro milênio, primeira no continente asiático e também a primeira a ser dividida entre dois países (Coréia do Sul e Japão), o time comandado por Luiz Felipe Scolari ampliou e consolidou ainda mais o domínio brasileiro no esporte mais popular do planeta, além de ofuscar o fiasco da decisão da Copa-98, com a traumática derrota para os franceses.
Pivô do fracasso na última edição _teve uma crise nervosa antes da final_, Ronaldo foi o herói da conquista no estádio de Yokohama, no Japão.
Além de marcar os dois gols da vitória, proporcionou o primeiro título brasileiro conjugado com a artilharia da competição _balançou a rede oito vezes em sete jogos e igualou Pelé em número de gols em Copas, com 12.
A vitória em solo asiático mantém o Brasil como o único a ter conquistado títulos em todos os continentes onde a Copa já foi disputada _levantou a taça também na Europa (Suécia-58), América do Sul (Chile-62) e América do Norte (México-70 e EUA-94).
Com o pentacampeonato, a América do Sul retoma a liderança em número de conquistas contra a Europa, com nove contra a oito.
A disputa entre brasileiros e alemães serviu como verdadeiro "tira-teima" entre os dois times mais efetivos dos 72 anos de Copas.
Ambos monopolizam a primeira e a segunda colocações em quase todos os rankings que contabilizam os números históricos do Mundial, sempre com vantagem brasileira.
Mesmo sem nunca terem se encontrado antes, estiveram em 13 das 17 decisões de Mundiais _sete cada um, contando o jogo deste domingo.
São disparado os dois times que mais entraram em campo em Copas, com 87 jogos do Brasil e 85 da Alemanha _a Itália é a que mais se aproxima, com 70 partidas.
A vitória deste domingo foi a 60ª da seleção em Mundiais, contra 50 dos alemães. A "dobradinha" acontece também em número de pontos conquistados (194 contra 168), gols pró (191 a 176), saldo de gols (109 a 70), aproveitamento (74,3% a 65,8%) e participações (17 a 15).
Em uma Copa marcada por "zebras" e eliminações precoces de favoritos, o Brasil chegou ao título com uma campanha brilhante _e surpreendente.
Em pouco mais de um ano, o futebol brasileiro saiu de sua maior crise da história, com duas CPIs investigando o esporte no Congresso, passou por seus piores fracassos dentro de campo, com vexames como a eliminação da Copa América-2001 e a campanha agonizante nas eliminatórias, para alcançar a maior glória já atingida.
Personagem principal na reviravolta, o técnico Luiz Felipe Scolari apostou na manutenção do ambiente no grupo, na insistência e ainda contou com a sorte.
Contra a vontade popular, o gaúcho alijou da equipe o atacante Romário, que teve lobby até mesmo do presidente Fernando Henrique Cardoso, e outros "bad boys", como o meia Djalminha.
O resultado foi o grupo que ficou conhecido como "família Scolari". O próprio presidente da CBF, Ricardo Teixeira, atestou não ter visto vínculo entre jogadores e técnico parecido desde que assumiu o cargo, em 1989.
Beneficiada por ficar no grupo mais fraco da primeira fase, a seleção teve o privilégio de poder acertar o time durante a competição.
A sorte acompanhou o Brasil também nos mata-matas, já que as equipes que seriam os maiores obstáculos no caminho até a final _Argentina e França_ não passaram nem mesmo da fase de classificação. A equipe mais forte no trajeto brasileiro foi a Inglaterra, adversária das quartas-de-final.
A insistência do técnico no esquema 3-5-2, que foge às tradições do futebol brasileiro, só foi recompensada na reta final da competição. Setor crítico na primeira fase, a defesa só mostrou alguma segurança nos quatro últimos jogos.
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