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20/10/2002
-
19h46
Autor da acusação de que a elite brasileira se dopa, o médico Júlio César Alves, 43, deverá ser investigado pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo.
Ontem à noite, em um debate na "ESPN Brasil", a Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte, por meio de carta, anunciou que endereçará uma representação contra o médico paulista ao Cremesp. Segundo a carta, a sociedade alegará que Alves denegriu a profissão e feriu a conduta ética ao fazer apologia do doping.
De posse da representação, a entidade regional deverá analisá-la e decidir se convocará o médico para prestar esclarecimentos.
Em sua primeira aparição pública, há duas semanas, o médico defendera a utilização de substâncias proibidas com o argumento de "igualdade de condições".
"Seremos sempre pangarés. Nossos atletas são os menos culpados, porque temos tecnologia do doping e médicos preparados. Somente dopado um atleta poderá subir ao pódio", declarara.
Na ocasião, o médico ainda disse que trabalhou ou trabalha com cerca de 50 atletas de ponta do país, de diversas modalidades, que teriam se dopado. Entre eles, estariam dois jogadores que conquistaram pelo Brasil o título na Copa do Mundo-2002, na Ásia.
Questionado por técnicos e médicos ontem no debate para provar suas acusações, Alves mais uma vez se recusou a nomear os atletas de modalidades que ele afirmara que utilizavam substâncias ilegais. Exatamente como procedera da primeira vez.
Campeão mundial na Argentina, o técnico da seleção brasileira masculina de vôlei, Bernardinho, afirmou que as acusações são infundadas e levianas e pediu a cassação da licença médica de Alves.
Pressionado pelo presentes, o médico recuou da afirmação de que o Brasil também deve se dopar e disse que não considera correto o uso de drogas apenas pelas potências esportivas mundiais.
"Eu não defendo o doping. Mas não acho justo que os atletas brasileiros enfrentem os norte-americanos, que não são pegos nos exames internacionais", afirmou.
Atacado pelo fato de jamais ter trabalhado em federações nacionais ou em outras entidades esportivas, ele insinuou a existência de um esquema de interesses.
"Não sou chamado para trabalhar em uma Olimpíada porque não sou subsidiado por nenhuma firma ou grande laboratório."
Júlio César Alves é o médico de Eliane Pereira, 19, atleta que ganhou os 1.500 m nos Jogos Sul-Americanos, em agosto, e que teve a medalha cassada depois de ter testado positivo para estanozolol, um esteróide anabólico.
Alves apresentou como defesa uma lista de suplementos nutricionais que receitara. Segundo ele, o pré-hormônio androstene, uma das substâncias da lista, pode ser convertido em estanozolol.
A atleta será julgada pelo Tribunal de Justiça Desportiva da Confederação Brasileira de Atletismo.
Colegas vão denunciar médico por apologia
da Folha de S.PauloAutor da acusação de que a elite brasileira se dopa, o médico Júlio César Alves, 43, deverá ser investigado pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo.
Ontem à noite, em um debate na "ESPN Brasil", a Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte, por meio de carta, anunciou que endereçará uma representação contra o médico paulista ao Cremesp. Segundo a carta, a sociedade alegará que Alves denegriu a profissão e feriu a conduta ética ao fazer apologia do doping.
De posse da representação, a entidade regional deverá analisá-la e decidir se convocará o médico para prestar esclarecimentos.
Em sua primeira aparição pública, há duas semanas, o médico defendera a utilização de substâncias proibidas com o argumento de "igualdade de condições".
"Seremos sempre pangarés. Nossos atletas são os menos culpados, porque temos tecnologia do doping e médicos preparados. Somente dopado um atleta poderá subir ao pódio", declarara.
Na ocasião, o médico ainda disse que trabalhou ou trabalha com cerca de 50 atletas de ponta do país, de diversas modalidades, que teriam se dopado. Entre eles, estariam dois jogadores que conquistaram pelo Brasil o título na Copa do Mundo-2002, na Ásia.
Questionado por técnicos e médicos ontem no debate para provar suas acusações, Alves mais uma vez se recusou a nomear os atletas de modalidades que ele afirmara que utilizavam substâncias ilegais. Exatamente como procedera da primeira vez.
Campeão mundial na Argentina, o técnico da seleção brasileira masculina de vôlei, Bernardinho, afirmou que as acusações são infundadas e levianas e pediu a cassação da licença médica de Alves.
Pressionado pelo presentes, o médico recuou da afirmação de que o Brasil também deve se dopar e disse que não considera correto o uso de drogas apenas pelas potências esportivas mundiais.
"Eu não defendo o doping. Mas não acho justo que os atletas brasileiros enfrentem os norte-americanos, que não são pegos nos exames internacionais", afirmou.
Atacado pelo fato de jamais ter trabalhado em federações nacionais ou em outras entidades esportivas, ele insinuou a existência de um esquema de interesses.
"Não sou chamado para trabalhar em uma Olimpíada porque não sou subsidiado por nenhuma firma ou grande laboratório."
Júlio César Alves é o médico de Eliane Pereira, 19, atleta que ganhou os 1.500 m nos Jogos Sul-Americanos, em agosto, e que teve a medalha cassada depois de ter testado positivo para estanozolol, um esteróide anabólico.
Alves apresentou como defesa uma lista de suplementos nutricionais que receitara. Segundo ele, o pré-hormônio androstene, uma das substâncias da lista, pode ser convertido em estanozolol.
A atleta será julgada pelo Tribunal de Justiça Desportiva da Confederação Brasileira de Atletismo.
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