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14/12/2002 - 07h22

Quase herói em 95, Camanducaia torce por dois Santos

FAUSTO SIQUEIRA
da Agência Folha, em Santos

O quase herói santista de 1995, autor do gol anulado que tirou do clube o título brasileiro daquele ano, o atacante Camanducaia vive a expectativa de comemorar conquistas por dois Santos diferentes no intervalo de uma semana.

Torcedor do time da Vila Belmiro, que o revelou para o futebol, o atleta acompanhará de Torreón (México), por meio da internet e das emissoras de TV internacionais, a final contra o Corinthians.

Jogador do Club Santos Laguna, o atacante estará no banco de reservas hoje, na segunda semifinal, contra o Toluca, que definirá uma das vagas para a decisão do Campeonato Mexicano. No jogo de ida, na quarta, o Santos local perdeu em casa por 5 a 3. Agora, terá de vencer, no campo do adversário, por três gols de diferença.

Com apenas 20 anos de existência, o Santos mexicano teve o nome inspirado no Santos brasileiro. Nos anos 80, lutava apenas para escapar do rebaixamento.

Mas, em 1993, depois de ter o controle acionário adquirido pelo grupo Modelo, líder nacional do mercado de cervejas, experimentou uma ascensão fulminante. Desde então, conquistou títulos nacionais em 1996 e 2001, foi vice-campeão em 1994 e 2000 e chegou às semifinais em 1995, 1998 e 1999.

Neste ano, a campanha na fase de classificação foi idêntica à do irmão brasileiro. Como o Santos Futebol Clube, o Santos Laguna terminou em oitavo na classificação geral e, a exemplo da equipe da Vila, eliminou nas quartas-de-final o primeiro colocado e favorito -no caso brasileiro, o São Paulo, e no mexicano, o América.

No México, Camanducaia, 27, não é conhecido pelo apelido, mas pelo nome -Marcelo Domingues. Ele está no país desde o ano passado, quando defendeu o Tigres e se sagrou vice-campeão.

Em 1995, com a partida decisiva contra o Botafogo empatada em 1 a 1, Camanducaia marcou de cabeça, em posição legal, mas o árbitro Márcio Rezende de Freitas anotou impedimento e anulou o gol que daria o título ao Santos.

"Veja como o mundo dá voltas. O juiz tirou o título da gente, mas hoje o Santos disputa novamente a final, e o Botafogo está na segunda divisão. A justiça vem de Deus e foi feita", declarou o atacante.

No Santos mexicano, como no brasileiro, Camanducaia usa às costas o número 16, mas o uniforme não copia o branco consagrado pelo time de Pelé -a camisa tem listras horizontais verdes e brancas, e o calção é verde.

O atacante ainda não conseguiu se firmar como titular porque disputa posição com os dois principais ídolos da torcida local -o chileno Rodrigo Ruíz e o mexicano Jared Borgetti, da seleção e vice-artilheiro do campeonato.

Antes dele, outro ex-santista já havia atuado pelo similar mexicano -o atacante baiano Robson Luiz, que integrou o time terceiro colocado do Brasileiro-98, na primeira passagem do técnico Emerson Leão pelo clube da Baixada.

A situação é a mesma que vivenciou em 1995 no time do técnico Cabralzinho. Reserva, Camanducaia era aproveitado principalmente no segundo tempo das partidas, quando se valia da sua velocidade para superar os zagueiros já cansados.

O atleta se diz alvo da curiosidade de torcedores e dos companheiros de equipe por ter atuado no mesmo Santos em que, um dia, jogou Pelé. "Isso é um grande motivo de orgulho para mim. Aqui, quando se fala em Brasil, se fala em Pelé e se fala em Santos", afirmou Camanducaia.

 

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