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02/07/2003
-
08h43
da Folha de S.Paulo
Nos últimos oito anos, quando a Europa iniciou a abertura de suas fronteiras esportivas, os clubes do velho continente tornaram-se verdadeiras legiões estrangeiras.
O fim das fronteiras trabalhistas entre os países da União Européia possibilitou a criação de superequipes, como o Real Madrid de Ronaldo e Zidane e o Milan de Shevchenko e Dida.
Agora, esses atletas podem tomar o rumo do aeroporto. Com a posse da Itália na presidência rotativa da UE, ontem, há a proposta de iniciar um processo de renacionalização do esporte europeu.
O secretário italiano de Bens Culturais e do Esporte, Mario Pescante, acredita que o velho continente tornou-se "um verdadeiro supermercado esportivo".
"Precisamos limitar os danos de uma Lei Bosman que hoje faz circular livremente os esportistas dos 15 países comunitários, que logo mais serão 25", teme o secretário, subordinado ao premiê italiano Silvio Berlusconi, cuja coalizão governamental tem o apoio do partido xenófobo Liga Norte e da pós-fascista Aliança Nacional.
No final de 1995, a Corte Européia permitiu que Jean-Marc Bosman, um obscuro jogador belga, se transferisse do Liége para o Dunkerque, da França, derrubando a limitação de atletas estrangeiros nos clubes da UE.
Para o tribunal, essa restrição infringia a lei européia sobre a livre circulação de trabalhadores.
A jurisprudência criada pelo caso Bosman detonou uma abertura de mercado sem precedentes para atletas estrangeiros.
Hoje, times como o Real Madrid, campeão espanhol, conta com seis titulares estrangeiros. O Milan, campeão europeu, tem cinco titulares não-italianos.
Para mudar esse quadro, Pescante aposta em uma reformulação do artigo 177 da Constituição européia, que trata da livre circulação de trabalhadores na UE.
"Queremos que se reconheça a especificidade e a autonomia do esporte europeu", diz Pescante.
Ele afirma já ter entrado em contato com federações esportivas e recebido apoio à idéia.
"Poderíamos chegar a uma proposta, apresentada por algumas entidades, de ter um número mínimo de atletas nacionais em campo", afirma o político.
A partir de agora, Pescante irá iniciar encontros com os ministros do Esporte europeus para fortalecer a sua bandeira. A mudança na lei pode acontecer no dia 1º de outubro, em Florença, quando haverá a Conferência Intergovernamental da Europa.
Europa pode fechar fronteiras para atletas
ADALBERTO LEISTER FILHOda Folha de S.Paulo
Nos últimos oito anos, quando a Europa iniciou a abertura de suas fronteiras esportivas, os clubes do velho continente tornaram-se verdadeiras legiões estrangeiras.
O fim das fronteiras trabalhistas entre os países da União Européia possibilitou a criação de superequipes, como o Real Madrid de Ronaldo e Zidane e o Milan de Shevchenko e Dida.
Agora, esses atletas podem tomar o rumo do aeroporto. Com a posse da Itália na presidência rotativa da UE, ontem, há a proposta de iniciar um processo de renacionalização do esporte europeu.
O secretário italiano de Bens Culturais e do Esporte, Mario Pescante, acredita que o velho continente tornou-se "um verdadeiro supermercado esportivo".
"Precisamos limitar os danos de uma Lei Bosman que hoje faz circular livremente os esportistas dos 15 países comunitários, que logo mais serão 25", teme o secretário, subordinado ao premiê italiano Silvio Berlusconi, cuja coalizão governamental tem o apoio do partido xenófobo Liga Norte e da pós-fascista Aliança Nacional.
No final de 1995, a Corte Européia permitiu que Jean-Marc Bosman, um obscuro jogador belga, se transferisse do Liége para o Dunkerque, da França, derrubando a limitação de atletas estrangeiros nos clubes da UE.
Para o tribunal, essa restrição infringia a lei européia sobre a livre circulação de trabalhadores.
A jurisprudência criada pelo caso Bosman detonou uma abertura de mercado sem precedentes para atletas estrangeiros.
Hoje, times como o Real Madrid, campeão espanhol, conta com seis titulares estrangeiros. O Milan, campeão europeu, tem cinco titulares não-italianos.
Para mudar esse quadro, Pescante aposta em uma reformulação do artigo 177 da Constituição européia, que trata da livre circulação de trabalhadores na UE.
"Queremos que se reconheça a especificidade e a autonomia do esporte europeu", diz Pescante.
Ele afirma já ter entrado em contato com federações esportivas e recebido apoio à idéia.
"Poderíamos chegar a uma proposta, apresentada por algumas entidades, de ter um número mínimo de atletas nacionais em campo", afirma o político.
A partir de agora, Pescante irá iniciar encontros com os ministros do Esporte europeus para fortalecer a sua bandeira. A mudança na lei pode acontecer no dia 1º de outubro, em Florença, quando haverá a Conferência Intergovernamental da Europa.
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