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01/12/2003 - 00h00

Luxemburgo, Alex e diretoria do Cruzeiro dão a volta por cima

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da Agência Folha

Outubro de 2002. No banco, o Cruzeiro tinha um técnico cheio de problemas legais e que em nada lembrava sua fase áurea. Em campo, o craque do time era um jogador decadente e com fama de "dormir" nas partidas. Na diretoria, uma dupla de irmãos com um fresco fracasso político nas costas.

Novembro de 2003. Com os mesmos personagens citados acima, a equipe mineira conquista o primeiro título do Brasileiro, torneio inaugurado 32 anos atrás.

A história do triunfo cruzeirense passa pela ressurreição de Wanderley Luxemburgo, de Alex e dos irmãos Zezé e Alvimar Perrella. No lugar da fama atual, os quatro estavam com suas trajetórias no futebol em xeque em 2002.

Luxemburgo era atacado por todos os lados. Na parte esportiva, ainda era recente a histórica eliminação do Palmeiras, comandado por ele, na Copa do Brasil diante do ASA de Arapiraca.

Também era impossível esquecer seu pedido de demissão do clube paulista, que entrou depois em parafuso e acabou rebaixado.

No Cruzeiro, ele também não fazia o time engrenar, tanto que não conseguiu nem levá-lo à fase de mata-matas do Brasileiro.

Não bastassem os problemas em campo, Luxemburgo ainda precisava gastar tempo para se ocupar de seus problemas fiscais.

Com Alex, a situação não era diferente. Os tempos de titular da seleção deram lugar a um jogador apagado --no Brasileiro do ano passado, marcou só dois gols.

Para atuar pelo time mineiro, o antes valorizado meia se sujeitou a um contrato com salário inferior ao que estava acostumado.

Por fim, o Cruzeiro tinha uma diretoria enfraquecida por uma fracassada ambição política.

Então presidente cruzeirense e deputado federal pelo PFL, Zezé Perrella tentou uma vaga no Senado. Não conseguiu e viu que seu prestígio com a torcida não era tão grande como imaginava.

No final do ano, Zezé repassou a presidência ao irmão Alvimar.

Mas, antes de assumir, o caçula enfrentou uma situação inusitada: apesar de sua família dominar o clube há anos, enfrentou uma chapa de oposição nas eleições.

Hoje, os "vilões" de 2002 estão no centro da vitoriosa campanha cruzeirense na temporada.

Luxemburgo ganhou, como sempre sonhou, poder para dispensar jogadores, contratar outros e tomar conta de todo o departamento de futebol.

Em troca, conquistou, de forma invicta, a Copa do Brasil e o Campeonato Mineiro. No Brasileiro, triunfou na mais longa edição da história. "No Cruzeiro, o Zezé e o Alvimar acreditaram no meu potencial para contratar, observar e investir em jogadores", disse o treinador sobre seu trabalho.

O Alex dorminhoco também acabou em 2003. Depois de uma rigorosa dieta e mais massa muscular, ele foi o principal personagem da conquista cruzeirense.

Com seus gols e assistências, participou de metade dos gols marcados pelo Cruzeiro no Nacional. Como prêmio, voltou à seleção brasileira pelas mãos de Carlos Alberto Parreira. Durante o campeonato, em entrevista à Folha de S.Paulo, o meia disse que em Belo Horizonte passa pela melhor fase de sua carreira, superando inclusive a grande fase de Palmeiras.

O título deste domingo também faz os Perrellas voltarem aos bons tempos. Alvimar e Zezé de novo ganham destaque por comandar um clube com estrutura invejável e recursos suficientes para montar uma equipe de peso em um momento de penúria absoluta dos rivais do futebol brasileiro.

Eles ainda inovaram na política de reforços, acertando a compra de apenas 50% dos direitos federativos dos contratados.

Com a conquista, Luxemburgo, Alex e Zezé Perrella já sonham com vôos mais altos.

O treinador, que tem contrato com o Cruzeiro até o final do próximo ano, diz abertamente que aceitaria uma oferta de um grande clube europeu. Também não esconde seu sonho de um dia voltar ao comando da seleção.

Alex, depois de uma rápida e fracassada passagem pelo Parma, é outro que não esconde o desejo de defender uma agremiação européia --na Espanha ou na Itália.

Já Zezé Perrella deve voltar novamente às urnas. Ele cogita disputar a Prefeitura de Belo Horizonte no pleito do ano que vem.

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