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17/04/2004
-
09h29
da Folha de S.Paulo
Poucas vezes uma decisão de Campeonato Paulista teve tanto apelo político como a deste ano. As cúpulas de Paulista e São Caetano estão umbilicalmente ligadas às prefeituras de suas cidades e chegaram inclusive a ter potenciais candidatos para as eleições municipais do segundo semestre.
A relação do Paulista, sensação do torneio, com a política em Jundiaí começa pelo seu presidente. Eduardo Palhares atua há sete anos como superintendente da Fumas (Fundação Municipal de Ação Social), autarquia que cuida da área habitacional da cidade e da administração de cemitérios.
Palhares é filiado ao PSB, partido da base de sustentação do governo Miguel Haddad (PSDB). Foi candidato a vice-prefeito em 1992 e a vereador em 1996.
"Desde que assumi a presidência do Paulista, há cinco anos, resolvi, juntamente com a minha família, que não concorreria mais em nenhuma eleição", disse Palhares. Em 2004, ele não poderá se candidatar porque o prazo para se desligar da Fumas já expirou.
O mesmo acontece com Nairo Ferreira de Souza, presidente do São Caetano. O dirigente comanda a Secretaria de Planejamento de São Caetano do Sul. Forte aliado do prefeito Luiz Tortorello (PTB), teve seu nome cotado para a disputa da prefeitura neste ano.
Nairo já está "enturmado" com os principais dirigentes paulistas há vários anos. Palhares, por sua vez, aproveita a aparição surpreendente de sua equipe para ganhar espaço nos bastidores.
Os laços do dirigente com a administração levou o prefeito de Jundiaí a participar de julgamento do clube no Tribunal de Justiça Desportiva da Federação Paulista de Futebol. A presença dele não adiantou, pois o clube teve o estádio interditado.
Na semana passada, o chefe do Legislativo jundiaiense convocou reunião em seu gabinete, com secretários, vereadores, cerca de 50 empresários e o técnico Zetti para pedir apoio ao Paulista na final.
A intenção era convencer os empresários a comprar ingressos e conseguir ônibus para que a torcida pudesse ir ao Pacaembu.
"Dos 30 ônibus que pedi, por intermédio da prefeitura, conseguimos os 30. É ano eleitoral. Quem aparecer mais vai deixar sua marca com a torcida. Isso pesa nas eleições", diz o presidente da Gamor, maior organizada do Paulista, Ricardo Batista dos Reis, 28.
Um dos que resolveram agora ajudar o clube foi o deputado estadual e pré-candidato à Prefeitura de Jundiaí Ary Fossen (PSDB).
"Eu intermediei com a CPTM [Companhia Paulista de Trens Metropolitanos] a liberação dos trens para levar os torcedores de Jundiaí para São Paulo por R$ 1,90", afirmou o deputado, que não vê cunho político na motivação para ajudar o time. "Sou torcedor. O Paulista foi injustiçado."
Em São Caetano do Sul, até a oposição ao prefeito Tortorello está atrelada ao time da cidade.
Anacleto Campanella Jr., vereador do PFL que almeja a prefeitura, é filho do ex-prefeito que batiza o estádio em que o clube atua. Ele garante a manutenção do apoio da prefeitura ao famoso time da cidade se ganhar a eleição. "Se for eleito, não muda nada."
O presidente do Paulista também descarta motivação política nas suas ações, mas admite que o fato de ocupar um cargo na administração é bom para o clube. "Com um bom relacionamento, o Paulista acaba ajudado como outras instituições da cidade."
De acordo com ele, a prefeitura apóia somente os times das categorias de base do Paulista, clube que está tendo o nome atrelado à oposição.
No jogo das quartas-de-final contra a Ponte Preta, o Sindicato da Alimentação da cidade colocou propaganda institucional no sistema de som do estádio Jaime Cintra. O vice-presidente do sindicato, Gérson Sartori, é presidente da diretoria municipal do PT e pré-candidato a vereador. No final da propaganda, os alto-falantes anunciavam: "Administração Gérson Sartori".
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Poucas vezes uma decisão de Campeonato Paulista teve tanto apelo político como a deste ano. As cúpulas de Paulista e São Caetano estão umbilicalmente ligadas às prefeituras de suas cidades e chegaram inclusive a ter potenciais candidatos para as eleições municipais do segundo semestre.
A relação do Paulista, sensação do torneio, com a política em Jundiaí começa pelo seu presidente. Eduardo Palhares atua há sete anos como superintendente da Fumas (Fundação Municipal de Ação Social), autarquia que cuida da área habitacional da cidade e da administração de cemitérios.
Palhares é filiado ao PSB, partido da base de sustentação do governo Miguel Haddad (PSDB). Foi candidato a vice-prefeito em 1992 e a vereador em 1996.
"Desde que assumi a presidência do Paulista, há cinco anos, resolvi, juntamente com a minha família, que não concorreria mais em nenhuma eleição", disse Palhares. Em 2004, ele não poderá se candidatar porque o prazo para se desligar da Fumas já expirou.
O mesmo acontece com Nairo Ferreira de Souza, presidente do São Caetano. O dirigente comanda a Secretaria de Planejamento de São Caetano do Sul. Forte aliado do prefeito Luiz Tortorello (PTB), teve seu nome cotado para a disputa da prefeitura neste ano.
Nairo já está "enturmado" com os principais dirigentes paulistas há vários anos. Palhares, por sua vez, aproveita a aparição surpreendente de sua equipe para ganhar espaço nos bastidores.
Os laços do dirigente com a administração levou o prefeito de Jundiaí a participar de julgamento do clube no Tribunal de Justiça Desportiva da Federação Paulista de Futebol. A presença dele não adiantou, pois o clube teve o estádio interditado.
Na semana passada, o chefe do Legislativo jundiaiense convocou reunião em seu gabinete, com secretários, vereadores, cerca de 50 empresários e o técnico Zetti para pedir apoio ao Paulista na final.
A intenção era convencer os empresários a comprar ingressos e conseguir ônibus para que a torcida pudesse ir ao Pacaembu.
"Dos 30 ônibus que pedi, por intermédio da prefeitura, conseguimos os 30. É ano eleitoral. Quem aparecer mais vai deixar sua marca com a torcida. Isso pesa nas eleições", diz o presidente da Gamor, maior organizada do Paulista, Ricardo Batista dos Reis, 28.
Um dos que resolveram agora ajudar o clube foi o deputado estadual e pré-candidato à Prefeitura de Jundiaí Ary Fossen (PSDB).
"Eu intermediei com a CPTM [Companhia Paulista de Trens Metropolitanos] a liberação dos trens para levar os torcedores de Jundiaí para São Paulo por R$ 1,90", afirmou o deputado, que não vê cunho político na motivação para ajudar o time. "Sou torcedor. O Paulista foi injustiçado."
Em São Caetano do Sul, até a oposição ao prefeito Tortorello está atrelada ao time da cidade.
Anacleto Campanella Jr., vereador do PFL que almeja a prefeitura, é filho do ex-prefeito que batiza o estádio em que o clube atua. Ele garante a manutenção do apoio da prefeitura ao famoso time da cidade se ganhar a eleição. "Se for eleito, não muda nada."
O presidente do Paulista também descarta motivação política nas suas ações, mas admite que o fato de ocupar um cargo na administração é bom para o clube. "Com um bom relacionamento, o Paulista acaba ajudado como outras instituições da cidade."
De acordo com ele, a prefeitura apóia somente os times das categorias de base do Paulista, clube que está tendo o nome atrelado à oposição.
No jogo das quartas-de-final contra a Ponte Preta, o Sindicato da Alimentação da cidade colocou propaganda institucional no sistema de som do estádio Jaime Cintra. O vice-presidente do sindicato, Gérson Sartori, é presidente da diretoria municipal do PT e pré-candidato a vereador. No final da propaganda, os alto-falantes anunciavam: "Administração Gérson Sartori".
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