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17/06/2004
-
00h08
da Folha de S.Paulo
Pivô do maior escândalo de doping dos EUA, o empresário Victor Conte recorreu a George W. Bush em busca de um acordo.
"O senhor Conte está disposto a revelar tudo o que sabe sobre dirigentes, técnicos e atletas, com o objetivo de limpar a Olimpíada", escreveu Robert Holley, advogado do empresário, em carta endereçada a Bush e ao secretário de Justiça dos EUA, John Ashcroft.
"Ele responderá a todas as questões do Departamento de Justiça, do Comitê Olímpico dos EUA e da agência antidoping dos EUA."
Em troca, Conte pede que não seja forçado a se declarar culpado por lavagem de dinheiro --"um crime que ele insiste não ter cometido", escreveu Holley-- e que, se condenado por outro delito, possa cumprir em liberdade.
Em janeiro, no tradicional discurso do Estado da União, o presidente americano atacou o uso de drogas por atletas de seu país.
Conte é fundador dos laboratórios Balco, que sintetizavam o THG. A substância é um esteróide anabólico que não era detectado nos exames antidoping e que causou o principal escândalo esportivo do ano passado. Conte é acusado de distribuição ilegal da droga.
O THG (tetraidrogestrinona) aumenta a força muscular. Como efeitos colaterais, pode levar à esterilidade no homem e ao desenvolvimento de características masculinas nas mulheres.
Holley pede ao presidente que ajude os EUA a evitarem "a vergonha de ficarem marcados como um país de trapaceadores".
De acordo com o advogado, o pedido de ajuda só chegou a Bush porque os promotores não perceberam a dimensão do episódio.
"Precisamos fazer o possível para mandar uma equipe limpa a Atenas. Se falharmos nessa missão, nosso erro será público, com as medalhas já entregues, e os resultados serão desastrosos."
Ele afirma que o caso envolve vários fatores, como número de atletas, outras substâncias, lavagem ou não de dinheiro, que tornam uma definição precisa das normas de procedimento impossível neste momento.
"Tempo é essencial", afirmou Holley no documento.
Questionado se não era traiçoeiro um homem acusado de contribuir com a distribuição de substâncias ilegais ajudar a limpar o esporte, o advogado foi direto. "Traiçoeiro ou não, é a maneira para consertarmos a situação."
A proposta do acordo chega a poucas semanas da competição que vai definir a equipe de atletismo que competirá em Atenas. A seletiva começa no próximo dia 7, em Sacramento.
O advogado afirmou também que a pena máxima que seu cliente pode pegar é de dois anos.
Além do proprietário da Balco, outras três pessoas são acusadas de distribuição ilegal de substâncias: James Valente (funcionário de Conte), Greg Anderson (técnico pessoal do jogador de beisebol Barry Bonds) e Remi Korchemny (treinador de atletismo).
Especial
Arquivo: Veja o que já foi publicado sobre escãndalo de doping
Escândalo de doping nos EUA chega a Bush
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Pivô do maior escândalo de doping dos EUA, o empresário Victor Conte recorreu a George W. Bush em busca de um acordo.
"O senhor Conte está disposto a revelar tudo o que sabe sobre dirigentes, técnicos e atletas, com o objetivo de limpar a Olimpíada", escreveu Robert Holley, advogado do empresário, em carta endereçada a Bush e ao secretário de Justiça dos EUA, John Ashcroft.
"Ele responderá a todas as questões do Departamento de Justiça, do Comitê Olímpico dos EUA e da agência antidoping dos EUA."
Em troca, Conte pede que não seja forçado a se declarar culpado por lavagem de dinheiro --"um crime que ele insiste não ter cometido", escreveu Holley-- e que, se condenado por outro delito, possa cumprir em liberdade.
Em janeiro, no tradicional discurso do Estado da União, o presidente americano atacou o uso de drogas por atletas de seu país.
Conte é fundador dos laboratórios Balco, que sintetizavam o THG. A substância é um esteróide anabólico que não era detectado nos exames antidoping e que causou o principal escândalo esportivo do ano passado. Conte é acusado de distribuição ilegal da droga.
O THG (tetraidrogestrinona) aumenta a força muscular. Como efeitos colaterais, pode levar à esterilidade no homem e ao desenvolvimento de características masculinas nas mulheres.
Holley pede ao presidente que ajude os EUA a evitarem "a vergonha de ficarem marcados como um país de trapaceadores".
De acordo com o advogado, o pedido de ajuda só chegou a Bush porque os promotores não perceberam a dimensão do episódio.
"Precisamos fazer o possível para mandar uma equipe limpa a Atenas. Se falharmos nessa missão, nosso erro será público, com as medalhas já entregues, e os resultados serão desastrosos."
Ele afirma que o caso envolve vários fatores, como número de atletas, outras substâncias, lavagem ou não de dinheiro, que tornam uma definição precisa das normas de procedimento impossível neste momento.
"Tempo é essencial", afirmou Holley no documento.
Questionado se não era traiçoeiro um homem acusado de contribuir com a distribuição de substâncias ilegais ajudar a limpar o esporte, o advogado foi direto. "Traiçoeiro ou não, é a maneira para consertarmos a situação."
A proposta do acordo chega a poucas semanas da competição que vai definir a equipe de atletismo que competirá em Atenas. A seletiva começa no próximo dia 7, em Sacramento.
O advogado afirmou também que a pena máxima que seu cliente pode pegar é de dois anos.
Além do proprietário da Balco, outras três pessoas são acusadas de distribuição ilegal de substâncias: James Valente (funcionário de Conte), Greg Anderson (técnico pessoal do jogador de beisebol Barry Bonds) e Remi Korchemny (treinador de atletismo).
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