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18/07/2004 - 09h11

Mídia americana corre à caça de heróis para Atenas

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FÁBIO SEIXAS
da Folha de S.Paulo

Uma vitrine enorme, cheia de produtos de gosto duvidoso. A solução, substituí-los por novas marcas, algumas desconhecidas, mas com potencial para agradar.

Essa é a situação da mídia americana a menos de um mês dos Jogos de Atenas --a festa de abertura acontece no dia 13 de agosto.

Nunca um evento esportivo recebeu tanta atenção da TV americana. Nunca, também, um evento desse porte perdeu tantas estrelas a tão pouco tempo do seu início.

Foram dois movimentos, quase simultâneos. No dia 10 de junho, a NBC, que detém os direitos de transmissão para os EUA, anunciou a maior cobertura da história olímpica: 1.210 horas, o equivalente a 50 dias ininterruptos de esportes no ar. É quase o triplo do que a rede fez em Sydney-2000. Para isso, utilizará seis canais.

Logo em seguida, o caso Balco, que vinha se arrastando desde o ano passado, explodiu. E, no dia 23, após acusar cinco atletas de uso de substâncias proibidas, a Usada, agência antidoping dos EUA, fez o mesmo com Tim Montgomery, recordista dos 100 m --coincidência ou não, ele não passou na seletiva para Atenas.

Não parou por aí. A história do Balco, laboratório que produzia o esteróide THG, respingou em todo o atletismo americano. E em Marion Jones, heroína americana em Sydney, com cinco medalhas.

Para piorar, os EUA perderam, entre outros, Kelli White, campeã mundial dos 100 m e dos 200 m (que teve as medalhas cassadas), e podem ficar sem Torri Edwards, segunda nos 100 m na seletiva. Ambas caíram no antidoping.

Com tantos desfalques, com Marion Jones em baixa e com 1.210 horas para preencher, a NBC teve que redecorar a vitrine. "Vamos mudar nosso foco. Mostraremos outras coisas, em vez de acompanhar todas as baterias dos 100 m e dos 200 m, por exemplo", declarou Dick Ebersol, presidente da rede, em uma teleconferência.

O grosso de suas fichas, agora, vai para Michael Phelps, que tentará oito ouros na natação. A NBC também vai desviar suas câmeras do atletismo para a ginástica, a luta livre e os saltos ornamentais.

O mesmo acontecerá na mídia impressa. "Estamos acompanhando de perto as seletivas do atletismo para tentar descobrir uma nova estrela. Mas acho que a natação vai tomar o lugar de destaque em Atenas", explicou à Folha Brian Cazeneuve, editor da "Sports Illustrated", principal revista de esportes dos EUA.

"O que esperamos, agora, é um novo herói. Só não sabemos de onde vai surgir", completou.

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