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da Folha Online
Vania
Delpoio/Folha Imagem
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Diretor
da ProMaker, Marco Aurélio Machado, durante palestra |
A
principal preocupação dos produtores brasileiros atualmente está relacionada
à inserção dos produtos nacionais no mercado externo. A opinião é de Marco
Aurélio Machado, diretor da agência de promoção ProMaker.
Machado abordou o tema durante a palestra "Marketing Internacional - Promoção
Comercial e Exportação na Virada do Milênio", realizada quarta-feira (24/5).
A palestra, que fez parte do ciclo quinzenal Arena do Marketing, voltado
para a discussão de questões relacionadas ao marketing e à publicidade,
foi às 19h30, no auditório da Folha (al. Barão de Limeira, 425, 9º
andar, Campos Elíseos).
A ProMaker já elaborou campanhas de marketing para empresas e instituições
dos setores aeroespacial, têxtil, e de produção de chás, calçados, flores
e frutas tropicais.
Segundo ele, questões estruturais e econômicas, que envolvem impostos, burocracia,
tarifas internacionais e a imagem do Brasil perante compradores externos,
afetam de maneira direta o comércio dos produtos brasileiros, mas não são
a única causa das dificuldades de comércio exterior do Brasil.
Ele explica que, no Brasil, os empresários investem mais na ampliação da
infra-estrutura que no entendimento da dinâmica de mercado. No mercado internacional,
"os grandes exemplos de sucesso em termos de comercialização não são necessariamente
empresas com base industrial".
Para exemplificar, cita o caso da Nike, que produz seus artigos em qualquer
país onde encontre preços competitivos e plataformas tecnológicas niveladas.
Outro exemplo é o mercado de frutas, dominado por empresas que controlam
a comercialização e não a produção da mercadoria.
"No Brasil, um dos poucos exemplos de domínio de mercado era o do café.
Até os anos 70, o Brasil tinha a imagem de maior produtor de café no mundo,
e isso foi perdido em função de um trabalho de marketing realizado pela
Colômbia, reconhecida hoje como produtora do café de qualidade", acrescenta.
Segundo ele, desde os anos 70, o modelo de gestão de marketing internacional
adotado no Brasil prioriza a realização de feiras e rodadas de negócios.
Para Machado, entretanto, é o desenvolvimento da marca de origem que cria
acesso efetivo ao mercado mundial e é valorizado pelo consumidor.
"É preciso acoplar aos planos de marketing internacional programas de endomarketing
para que você remova resistências culturais."
O diretor da ProMaker afirma que é preciso disseminar conhecimento técnico
sobre mercado, principalmente sobre a dinâmica qualitativa e operacional
do mercado internacional. Isso significa saber para que mercados, como e
quando o empresário deve promover o marketing de seus produtos.
Ao final, Machado exibiu um vídeo produzido pela ProMaker para o Ibraf (Instituto
Brasileiro de Frutas), para mostrar a aplicação prática do que havia exposto.
Segundo ele, o marketing feito por meio da abordagem permanente e sistemática
dos consumidores e dos mercados intermediários é capaz de corrigir problemas
relativos à falta de informação técnica e desconhecimento do mercado brasileiro
por parte da maioria dos consumidores externos.
(Adriana
Resende)
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