10/06/2005 - 09h03

Pitt e Jolie comprovam química na tela em "Sr. & Sra. Smith"

CHRISTIAN PETERMANN
do Guia da Folha

Charme e inconseqüência reinam absolutos na comédia romântica de ação "Sr. & Sra. Smith". O charme fica por conta da presença fotogênica, carismática e de bom timing cômico da dupla Brad Pitt e Angelina Jolie nos papéis-título. A química entre ambos é tão evidente que, como se sabe, extrapolou os limites da ficção. Bem vestido e aparelhado, o casal é a grande razão de o filme existir. Já a inconseqüência é resultado do roteiro frívolo de Simon Kinberg (que assina outro blockbuster da temporada, "Quarteto Fantástico").

O filme, uma versão em larga escala de uma telessérie de 1996 pouco vista, com Scott Bakula e Maria Bello, começa com os Smith em terapia de casal. A relação está em crise, até os dois descobrirem que são, na verdade, assassinos profissionais. E com a missão de eliminar um ao outro. As cenas físicas se comunicam com a luta cotidiana pela reconstrução de um casamento desfalecido. Kinberg afirma ter se inspirado também nas fitas de ação de Hong Kong, o que é notado na perseguição de carros e no confronto-clímax. São cenas exageradas, barulhentas e repletas de armas de fogo.

O diretor Doug Liman equilibra seu estilo pop de ser ("Vamos Nessa") com a habilidade de armar a ação ("A Identidade Bourne"). Mas o roteiro, retrabalhado a oito mãos, dá pouco sustento a todo o aparato. Como falhas graves, o texto não esclarece o envolvimento no desenlace final do personagem Eddie (Vince Vaughn, que trabalhou com Liman em "Swingers - Curtindo a Noite"), e a conclusão é fácil e implausível. Mas a pipoca é certa, ao menos, em cenas como a do tango dançado pelo belo casal, que sintetiza bem a sensualidade e a noção de periculosidade da trama.

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