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26/09/2006
-
08h07
MIE JOHIYAZMA
da France Presse, em Tóquio
O "falcão" Shinzo Abe, 52, foi designado nesta terça-feira como primeiro-ministro do Japão, o mais jovem desde o final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), em substituição a Junichiro Koizumi, com a intenção declarada de promover um Japão forte e respeitado no cenário internacional.
O presidente do Partido Liberal Democrata (PLD) foi designado como estava previsto para assumir o cargo de premiê pelo Parlamento, onde o PDL dispõe de ampla maioria.
Abe obteve 339 votos de 476. A votação foi confirmada em seguida pelo Senado, onde o PLD também tem maioria.
Após a confirmação de seu nome, Abe, chamado de príncipe dos "falcões", se inclinou ante os colegas sem demonstrar sinais de emoção.
O antecessor Koizumi, 64, decidiu se afastar do poder no auge da popularidade após dois mandatos como líder do PLD.
Nesta segunda-feira, Abe modificou a diretoria do PLD, ao escolher homens de sua confiança, conservadores como ele. O novo número dois do partido é um de seus colaboradores mais próximos, o veterano Hideano Nakagawa, 62, ex-jornalista da área de economia conhecido pelas relações com a China.
O ministro das Relações Exteriores Taro Aso, famoso pelas posições nacionalistas e por defender uma linha dura em relação a China e Coréia do Norte, foi confirmado no cargo.
A ratificação de Aso, 66 anos, como chanceler era esperada pelos analistas.
Ele terá a difícil missão de renovar o diálogo entre Japão e China, afetado durante o mandato de Koizumi.
Nova geração
Abe é um personagem emblemático da nova geração de políticos japoneses nascidos depois da guerra e que desejam revisar a Constituição pacifista de 1947 para promover um Japão "forte e normalizado" no cenário internacional.
O novo premiê propôs um prazo de cinco anos para materializar tal projeto, politicamente incorreto em um país que, em grande parte, permanece muito ligado ao pacifismo.
Ao se tornar o 90º chefe de governo japonês desde o final do século 19, Abe cumpre o maior desejo de seu pai, ex-ministro das Relações Exteriores, que não conseguiu alcançar o sonho de ser premiê.
Seu avô, uma de suas grandes referências, é o ex-premiê Nobusuke Kishi (1957-1960), que chegou a ser preso pelos americanos como criminoso de guerra, mas nunca foi julgado.
Em 13 anos de carreira política, Abe só havia ocupado um alto cargo no gabinete de governo, quando seu mentor Junichiro Koizumi o nomeou porta-voz e secretário-geral do Executivo em outubro de 2005.
A função, de importância estratégica, permitiu a Abe manter um contato diário com os meios de comunicação, sem correr muitos riscos políticos.
Porém, o novo premiê terá que enfrentar questões delicadas nos próximos dias.
Pressão
Abe será pressionado pelos empresários a melhorar as relações com a China, maior parceiro comercial do Japão. O relacionamento foi deteriorado durante a gestão de Koizumi.
O novo premiê, que se cercou de especialistas sobre a China, prometeu que se esforçará para retomar as reuniões bilaterais, suspensas há mais de um ano.
Ele deve seguir privilegiando a aliança "indispensável" com os Estados Unidos, em nome da segurança e em um momento de tensão com a Coréia do Norte, país que desenvolve um polêmico programa nuclear.
Abe deve grande parte de sua popularidade à linha dura que propõe a respeito do regime de Pyongyang. Defende inclusive a aplicação de sanções econômicas.
No plano interno, o novo premiê recebe uma economia em pleno crescimento, mas também uma dívida pública em disparada (mais de 170% do PIB).
Segundo os analistas, Abe terá dificuldades para impor sua visão política antes da primeira grande votação do mandato, as eleições ao Senado de julho de 2007. A vitória será indispensável para consolidar sua legitimidade à frente do governo japonês.
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China e Rússia encaram com otimismo novo governo japonês
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Leia o que já foi publicado sobre Shizo Abe
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Shinzo Abe é o mais jovem premiê do Japão desde 1945
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da France Presse, em Tóquio
O "falcão" Shinzo Abe, 52, foi designado nesta terça-feira como primeiro-ministro do Japão, o mais jovem desde o final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), em substituição a Junichiro Koizumi, com a intenção declarada de promover um Japão forte e respeitado no cenário internacional.
O presidente do Partido Liberal Democrata (PLD) foi designado como estava previsto para assumir o cargo de premiê pelo Parlamento, onde o PDL dispõe de ampla maioria.
Abe obteve 339 votos de 476. A votação foi confirmada em seguida pelo Senado, onde o PLD também tem maioria.
Após a confirmação de seu nome, Abe, chamado de príncipe dos "falcões", se inclinou ante os colegas sem demonstrar sinais de emoção.
O antecessor Koizumi, 64, decidiu se afastar do poder no auge da popularidade após dois mandatos como líder do PLD.
Nesta segunda-feira, Abe modificou a diretoria do PLD, ao escolher homens de sua confiança, conservadores como ele. O novo número dois do partido é um de seus colaboradores mais próximos, o veterano Hideano Nakagawa, 62, ex-jornalista da área de economia conhecido pelas relações com a China.
O ministro das Relações Exteriores Taro Aso, famoso pelas posições nacionalistas e por defender uma linha dura em relação a China e Coréia do Norte, foi confirmado no cargo.
A ratificação de Aso, 66 anos, como chanceler era esperada pelos analistas.
Ele terá a difícil missão de renovar o diálogo entre Japão e China, afetado durante o mandato de Koizumi.
Nova geração
Abe é um personagem emblemático da nova geração de políticos japoneses nascidos depois da guerra e que desejam revisar a Constituição pacifista de 1947 para promover um Japão "forte e normalizado" no cenário internacional.
O novo premiê propôs um prazo de cinco anos para materializar tal projeto, politicamente incorreto em um país que, em grande parte, permanece muito ligado ao pacifismo.
Ao se tornar o 90º chefe de governo japonês desde o final do século 19, Abe cumpre o maior desejo de seu pai, ex-ministro das Relações Exteriores, que não conseguiu alcançar o sonho de ser premiê.
Seu avô, uma de suas grandes referências, é o ex-premiê Nobusuke Kishi (1957-1960), que chegou a ser preso pelos americanos como criminoso de guerra, mas nunca foi julgado.
Em 13 anos de carreira política, Abe só havia ocupado um alto cargo no gabinete de governo, quando seu mentor Junichiro Koizumi o nomeou porta-voz e secretário-geral do Executivo em outubro de 2005.
A função, de importância estratégica, permitiu a Abe manter um contato diário com os meios de comunicação, sem correr muitos riscos políticos.
Porém, o novo premiê terá que enfrentar questões delicadas nos próximos dias.
Pressão
Abe será pressionado pelos empresários a melhorar as relações com a China, maior parceiro comercial do Japão. O relacionamento foi deteriorado durante a gestão de Koizumi.
O novo premiê, que se cercou de especialistas sobre a China, prometeu que se esforçará para retomar as reuniões bilaterais, suspensas há mais de um ano.
Ele deve seguir privilegiando a aliança "indispensável" com os Estados Unidos, em nome da segurança e em um momento de tensão com a Coréia do Norte, país que desenvolve um polêmico programa nuclear.
Abe deve grande parte de sua popularidade à linha dura que propõe a respeito do regime de Pyongyang. Defende inclusive a aplicação de sanções econômicas.
No plano interno, o novo premiê recebe uma economia em pleno crescimento, mas também uma dívida pública em disparada (mais de 170% do PIB).
Segundo os analistas, Abe terá dificuldades para impor sua visão política antes da primeira grande votação do mandato, as eleições ao Senado de julho de 2007. A vitória será indispensável para consolidar sua legitimidade à frente do governo japonês.
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