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16/12/2002 - 20h48

Ex-cardeal de Boston diz que sua renúncia é o melhor para Igreja

da France Presse, em Boston

O ex-cardeal de Boston, Bernard Law, disse hoje que sua denúncia foi o melhor para a Igreja Católica, que neste momento trabalha para combater os casos de abusos sexuais de menores por sacerdotes.

Em sua primeira aparição pública desde que renunciou sexta-feira (13), na arquidiocese de Boston, Law assegurou aos jornalistas que estará disponível para os processos legais que envolvem centenas de acusações apresentadas por supostas vítimas de abusos.

Law, 72, fez breves declarações reiterando seu desejo de que haja um momento de cura e de unidade na arquidiocese de Boston e, mais uma vez, pediu desculpas às pessoas que sofreram por seus erros.

Desde o início dos escândalos de abusos sexuais, em janeiro, Law indicou que as políticas haviam sido reforçadas e que a Igreja já tinha um plano para prevenir este tipo de incidente.

"Como eu quis fazer parte da implementação deste plano, ficou claro que a forma mais efetiva de servir a Igreja neste momento era renunciar", acrescentou.

Law é o primeiro alto membro da Igreja Católica a renunciar por causa dos escândalos de pedofilia de sacerdotes.

Mais de 400 supostas vítimas de abusos por sacerdotes apresentaram acusações em Boston, e a arquediocese considera a possibilidade de se declarar em profunda crise.

Law, que é acusado de tentar esconder os casos de sua então arquidiocese e transferir os sacerdotes acusados de pedofilia de uma paróquia para outra, disse que agora vai tirar férias.

"Quero tirar férias, mas é importante dizer que continuarei disponível, se for preciso, para qualquer processo legal", acrescentou.

Os advogados dos grupos de vítimas assinalaram que a renúncia de Law não vai influenciar nos processos contra a arquediocese.

O Papa João Paulo 2º aceitou pessoalmente a renúncia de Law em Roma.

O Vaticano aprovou hoje as normas adotadas pelos bispos norte-americanos para castigar os religiosos condenados por pedofilia.

A hierarquia da Igreja Católica confirmou assim ter optado por uma linha severa, assim como havia sido decidido em junho durante a conferência episcopal dos Estados Unidos, embora inclua normas para defender os religiosos em caso de acusações injustas.

A Igreja americana teve de modificar o primeiro documento, muito severo, sobre o tema a pedido das autoridades da Santa Sé, que exigiram a inclusão do princípio da suposta inocência.

O novo documento sustenta "que uma pessoa é considerada inocente até que um processo ou uma confissão espontânea prove o contrário", para garantir justiça aos religiosos suspeitos ou acusados de pedofilia.

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