Publicidade
Publicidade
Vitória apertada do referendo prejudica governabilidade de Morales na Bolívia
Publicidade
da Folha Online
A aprovação do referendo constitucional na Bolívia, realizado no domingo (25), foi considerada uma conquista do presidente, Evo Morales. Mas com uma vitória aparentemente apertada do governo, obteve 56,8% de respaldo, com 49,7% do total de urnas apurado, o referendo destaca a divisão do poder no país e agrava a governabilidade de Morales em partes do país.
Segundo dados da de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira (26) pela Corte Nacional Eleitoral (CNE), o projeto constitucional promovido pelo governo de Morales tem 1.024.649 votos, enquanto o texto era rejeitado por 778.320 bolivianos, ou 43,1% do total.
Entenda os pontos polêmicos da nova Constituição da Bolívia
Do ponto de vista de Morales, a vitória é suficiente, não importa sua margem, mas complicada. Ele perdeu alguns pontos em relação a votações anteriores e enfrenta maior oposição nas zonas urbanas. A Constituição foi referendada por um grupo no qual o presidente é muito popular, as zonas rurais e campesinas, com 82% a favor e 18% contra, segundo dados do jornal espanhol "El Pais".
Já nas cidades, o apoio foi significativamente menor, 52% frente a 48%, um resultado atribuído ao temor criado pela nova Carta Magna na classe média mestiça.
A oposição que apostou no "não" saiu vitoriosa em quase a metade do país e agora reclama também um papel nessa refundação do país, aproveitando a recuperação de um péssimo resultado no chamado referendo revogatório há cerca de um ano.
Texto
O texto aprovado reforça o papel do Estado, consolida a nacionalização de recursos, permite a reeleição presidencial (que potencialmente permitirá a Morales ficar no cargo até 2015), reforça os poderes dos indígenas, que compõem 47% dos 10 milhões de bolivianos.
Segundo os analistas, os resultados preliminares obrigam o governo e a oposição regional a discutir espaços de consenso para aplicar a nova Carta Magna, que exige mais cem leis para ser implementada.
As quatro regiões onde é certo o triunfo do "não" --Santa Cruz, Beni, Tarija e Pando-- reclamam, principalmente, que o governo reconheça as autonomias departamentais aprovadas por cada um deles, em referendos declarados ilegais pelo governo central.
O referendo de domingo demonstrou que a oposição a Morales permanece intacta nessas regiões.
Evo Morales, defendeu nesta segunda-feira que os prefeitos (governadores) da oposição se aproximem do governo, para discutir um pacto nacional. "Ouvi [os prefeitos] dizerem que querem fazer um novo pacto, o pacto é a Constituição, o pacto é para aplicar a Constituição", declarou Morales, discursando durante a inauguração de uma escola pública na cidade de Cochabamba (centro da Bolívia).
A vitória de Morales se sustenta, principalmente, pelo voto das regiões andinas de Oruro, La Paz e Potosí, além das áreas rurais de outros departamentos, que o apoiam fielmente.
A nova Carta Magna, que centraliza o poder no Estado federal e beneficia enormemente os setores indígenas da população, deve ser promulgada pelo presidente Morales assim que forem divulgados os resultados oficiais --o que provavelmente ocorrerá no final de semana, já que a contagem dos votos é realizada manualmente.
Antes da votação, Morales afirmava que seu projeto constitucional seria aprovado com mais de 70% dos votos. Com a aprovação da nova Carta, a Bolívia realizará eleições presidenciais em dezembro deste ano, nas quais Morales se candidatará à para um novo mandato de cinco anos.
Leia mais notícias sobre o referendo na Bolívia
- Morales e oposição falam em diálogo após referendo
- Com metade das urnas apuradas, nova Carta boliviana tem 56,8% de apoio
- Resultados parciais indicam vitória apertada de Morales em referendo constitucional
Veja outras notícias internacionais
- Ditador norte-coreano reaparece em público para ano novo lunar
- Obama elogia avanços do Brasil no setor de biocombustíveis
- Brasileiros são deportados da Espanha e reclamam de tratamento
Especial
Livraria
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice