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24/12/2004 - 08h56

Ucrânia volta às urnas amanhã para eleger presidente após crise

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MARIELLE EUDES
da France Presse, em Kiev

A Ucrânia voltará às urnas neste domingo para eleger o sucessor do presidente Leonid Kuchma, 66, em um tipo de "terceiro turno" que encerrará um mês de "revolução popular " e uma grave crise política que abalou as relações entre a Rússia e o Ocidente.

O reformista Viktor Yuschenko, 50, partidário da integração de seu país à União Européia (UE), viu sua popularidade crescer com a onda de manifestações sem precendentes no país, chamada de "revolução laranja" --o laranja foi a cor escolhida para demonstrar contrariedade ao processo eleitoral acusado de fraude, ocorrido em 21 de novembro.

Depois das eleições fraudulentas, o movimento popular saiu às ruas para pressionar o governo e obrigou a imprensa a levar em consideração a campanha de Yuschenko, o grande favorito da nova eleição.

Seu rival, o primeiro-ministro pró-russo Viktor Yanukovich, 54, vencedor da eleição de novembro, que foi anulada pela Suprema Corte, é o maior perdedor da crise.

Vários membros de sua equipe o abandonaram e o presidente Kuchma preferiu se afastar dele para concluir um compromisso político com a oposição, em nome de uma reforma constitucional que ele havia apresentado há mais de um ano.

Até a Rússia, que havia se envolvido de maneira intensa na campanha de Yanukovich e o havia saudado por sua vitória "convincente", antes de criticar o Ocidente por sua intervenção no caso, parece estar conformada com o inevitável triunfo de Yuschenko.

"Esperamos que no entorno do senhor Yuschenko não existam pessoas que concebem suas ambições políticas com base em lemas anti-russos", disse ontem o presidente Vladimir Putin.

A crise serviu para revelar os métodos de um governo que não hesitou em recorrer a fraudes em massa para impor a vitória de seu candidato e, inclusive, ao envenenamento para eliminar um rival perigoso.

Isso é o que afirma a oposição em relação à misteriosa doença que afetou Yuschenko em setembro e que deformou seu rosto. De acordo com os médicos do candidato, a enfermidade foi provocada por uma grande dose de toxinas, sem dúvidas administrada "por terceiros".

As últimas pesquisas apontam uma vantagem de 14 pontos percentuais para Yuschenko, que conta com 51% das intenções de voto, contra 37% de Yanukovich, que também perdeu apoio em seus redutos do leste e sul do país.

No entanto, a oposição advertiu a seus partidários que não se deve cantar vitória antes do tempo e os convocou para mais uma manifestação na noite deste domingo na Praça da Independência, na capital Kiev, onde devem aguardar os resultados definitivos da votação.

Apesar da nova lei eleitoral, recentemente aprovada, reduzir bastante os riscos de fraude, não há garantia absoluta contra os problemas.

Para vigiar o processo, foram registrados mais de 12.300 observadores estrangeiros, contra 5.000 na votação do mês passado.

Mais de 37 milhões de eleitores poderão votar entre 8h (4h de Brasília) e 20h (16h).

Os primeiros resultados preliminares devem ser divulgados na manhã da segunda-feira (27) devem dar uma idéia clara da opção dos ucranianos.
Uma das primeiras tarefas do próximo presidente será a formação de um governo capaz de acalmar as tensões entre as diversas regiões do país, em particular entre o leste de língua russa e o oeste de idioma ucraniano.

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