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A Nigéria, país que mais bem representou o futebol africano
nos últimos anos, está sofrendo agora, como o Brasil, com escândalos
de ‘‘gatos’’, os jogadores que têm idade adulterada para atuar em
competições juniores e juvenis.
No último mês, foi divulgada uma lista de 30 nomes de atletas convocados
para treinos no CT da seleção nigeriana sub-20 (para jogadores de
até 20 anos de idade, os juniores), que foi construído recentemente
na cidade de Jos.
O jornal ‘‘P.M. News’’, de Lagos, revelou, como fez a Folha
aqui no Brasil em inúmeros casos, que muitos dos jogadores convocados
para o time têm mais de 20 anos.
Um deles, o zagueiro Eric Ejiofor, que atua no Katsina United, admitiu
à reportagem do jornal nigeriano não ser mais júnior.
‘‘Quando o técnico Douamlong (Ben Douamlong, da seleção júnior
da Nigéria) me sondou, confirmei a ele que tinha mais de 20 anos.
Fiquei surpreso quando meus amigos me disseram que eu fui convocado’’,
disse o jogador. Ejiofor declinou a convocação, assim como
já fizera Effiong Ekpeyong, do Nitel, outro jogador convocado para
a seleção júnior do país que admitiu não ter mais idade para defender
a equipe.
Outros atletas que foram convocados e que teriam mais de 20 anos,
porém, como Gabriel Ewa, do Gombe United, ainda não deixaram a seleção
nigeriana. A repercussão dos casos de ‘‘gatos’’ na Nigéria
foi grande. Alguns torcedores chegaram a fazer protestos pela inclusão
de jogadores irregulares na seleção nacional.
A
federação nigeriana de futebol divulgou prontamente que os casos descobertos
não representam preocupação, pois os jogadores com irregularidade
na idade seriam desligados da seleção logo após a detecção do problema.
Acontece que, segundo a imprensa nigeriana, a federação de futebol
do país está na mira da Fifa. Além do problema dos ‘‘gatos’’ (o Brasil
ainda pode sofrer punições por ter utilizado jogadores irregulares
em Sul-Americanos e Mundiais juniores), há suspeitas de mau uso do
dinheiro enviado pela máxima entidade do futebol aos dirigentes nigerianos.
A Fifa possui programa que atende financeiramente as federações
mais carentes, mas o dinheiro enviado à Nigéria não estaria resultando
em desenvolvimento para o futebol local, segundo teria declarado
um membro da Fifa à imprensa do país.
No ano passado, a Nigéria decepcionou na organização do Mundial
júnior. Neste ano, teve que dividir a condição de anfitriã da Copa
da África com Gana. A Nigéria, que venceu três importantes
competições com alguma restrição de idade (Mundial juvenil, em 1985
e em 93, e a Olimpíada de Atlanta, em 96), ao menos não tem
nenhum caso comprovado de ‘‘gato’’ em seleções que disputaram torneios
da Fifa.
Com o Brasil, que comprovadamente teve, nada aconteceu ainda.
Sorte do país, azar do futebol. Se os Sandros Hiroshis da
vida tivessem lampejos de Nicéa...
NOTAS
Itália
O dono da Lazio, Sergio Cragnotti, esteve reunido durante uma hora
e meia com os jogadores de seu time na semana que passou, dando força
e apoio aos atletas na luta pelo título do Campeonato Italiano. Mas,
antes da última rodada, quando a Juventus perdeu e a Lazio ganhou,
o dirigente já dava o título como perdido e, insatisfeito por investir
tanto e não ganhar nunca, ameaçava mandar jogadores embora.
Espanha
O Barcelona, que desde a goleada de 4 a 1 sofrida para o Valencia
não atualiza nada em seu site, busca força só em estatísticas para
ir à final da Copa dos Campeões. O time marcou três ou mais gols em
6 dos 7 jogos que fez como mandante no torneio. Já o Valencia perdeu
duas vezes por 3 a 0 nesta temporada (para o Manchester United, pela
Copa dos Campeões, e para o Barcelona, pelo Campeonato Espanhol).
E-mail: rbueno@folhasp.com.br
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23/04/2000 - Superligas
30/04/2000 - Presente e Passado
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