Diego
Medina
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O
sucesso do esforçado Palmeiras neste ano pôs em destaque
as equipes que fazem da superação seu ponto forte.
Mas, vendo hoje os remanescentes do esquadrão desprestigiado
de maior sucesso na história do futebol, dá para sentir
que os humildes têm que provar seu valor eternamente.
A seleção
da Itália que venceu Copa de 1982 para a surpresa do mundo
(inclui a própria da Itália) ainda passa por provações.
O goleiro
e capitão daquele time, Zoff, deixou de forma triste o comando
da seleção italiana após a Euro-2000, em que
a Squadra Azzurra, encarnando um espírito guerreiro, foi
superada apenas pela França na decisão após
um gol no último minuto e outro na morte súbita.
Silvio
Berlusconi, símbolo na Itália do futebol moderno,
profissional e baseado na contratação de supercraques,
como Van Basten, Gullit e Rijkaard, criticou e fritou Zoff, que
voltou à vida em clube. Hoje, é dirigente da Lazio,
atual campeã italiana que faz campanha irregular nesta temporada
e que, por isso, já deixa Zoff em maus lençóis.
Tardelli,
um dos goleadores italianos na final de 82, vinha fazendo trabalho
duro nas categorias de base da seleção de seu país.
Foi recompensado ganhando o cargo de treinador da milionária
Inter de Milão. Em meio aos problemas com alguns craques,
como Vampeta, acabou levando uma goleada épica de 6 a 1 para
o Parma. Humildemente, assumiu toda a culpa e está sendo
colocado contra a parede.
O caminho
que levou Tardelli até o time de Ronaldo e Vieri foi duro,
passando por equipes modestas, como Cesena e Como, e dando força
à nova geração do futebol italiano. O trono
que conquistou em Milão, porém, está se mostrando
mais duro que qualquer caminho pedregoso.
Um
dos responsáveis pela chegada de Tardelli à Inter
é outro remanescente da seleção italiana de
82. O lutador Oriali tem cargo de diretor na Inter e, por isso,
carrega o peso de 11 anos sem conquistas do time no Italiano.
Gentile,
que superou a missão de parar Maradona, Zico e tantos outros
em 82, herdou a vaga de técnico da seleção
italiana de juniores de Tardelli, uma vez que cuidava dos juvenis.
Porém com ascensão do badalado Trapattoni à
chefia da Azzurra tem agora um ídolo como superior, e não
mais o velho amigo Zoff.
Graziani
foi imprescindível para a conquista italiana em 82, jogando
nas sete partidas de sua equipe na Espanha. Mas, após pendurar
as chuteiras definitivamente, virou algo dispensável para
o futebol italiano, sendo aceito apenas como diretor pelo modesto
Viterbese, da Série C.
Antognoni
e Conti tiveram melhor sorte, assumindo postos consideráveis
na Fiorentina e na Roma, respectivamente, mas ainda não conseguiram
o desta que que obtiveram no último Mundial ganho pela Itália.
Cabrini
se aventurou na carreira de técnico, mas o que melhor conseguiu
até agora foi o Arezzo, da Série C. Altobelli, Causio
e Collovati permanecem ainda em cena, mas do outro lado do campo,
como comentaristas de TV. Bergomi ficou em evidência até
o ano passado, mas por se perpetuar na zaga da Inter (já
sente a falta de holofotes).
Rossi,
mesmo com tanta experiência com escândalos fora de campo,
tenta se arranjar ainda como empresário. E Scirea teve triste
fim: morreu em acidente de carro em 1989, na Polônia.
Mesmo
quando o impossível é alcançado, os obstáculos
e as cobranças da vida continuam.
NOTAS
Guerreiros
1
O Palmeiras já conseguiu o impossível na temporada,
indo à final dos dois principais torneios sul-americanos
com um time desacreditado. Mas o impossível não acontece
sempre. Até janeiro, todos concordavam que era o investimento
que dava resultado. Quando esse mesmo Palmeiras cair, todos lembrarão
disso.
Guerreiros
2
Riquelme deu show na decisão do Mundial interclubes. Palermo
fez dois e foi premiado. Mas o melhor jogador em Tóquio foi
sem dúvida a torcida do Boca.
Guerreiros
3
O técnico do Japão, Philipe Trousier, já acredita
que sua seleção, atual campeã da Ásia,
poderá ganhar a Copa de 2002.
Guerreiros
4
Na China, já dão certo o prêmio de melhor jogadora
do século para Sun Wen, que desbancaria as favoritas norte-americanas
Mia Hamm e Michele Akers. O resultado da eleição da
Fifa sai na próxima semana (Pelé e Real Madrid devem
ganhar como jogador e clube do século).
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