Publicidade
Publicidade
José Simão: Folha e eu! Laços de família!
Publicidade
JOSÉ SIMÃO
COLUNISTA DA FOLHA
Eu escrevo na Folha há 90 anos. Ops, 23 anos! Dá no mesmo! Há 90 anos que eu aperto a tecla enviar!
Há 90 anos que a Folha dá espaço pro humor: Macaco Simão, as tirinhas e a coluna do Sarney. Rarará. Com aqueles títulos hilários: "A vaca e a internet", "O Brasil e a vesícula".
Meu caso com a Folha: 90 colunistas comentam ligação com o jornal
Time de colunistas incluiu Lobato, Oswald e Francis
E o bom de trabalhar na Folha é que todo mundo lê. Como disse um amigo: "A Folha é leitura obrigatória nem que seja pra falar mal".
Rodrigo Paiva-12.abr.2007/Folhapress |
O colunista José Simão, que escreve na Folha há 23 anos |
E eu gosto de trabalhar na Folha porque ela permitiu que eu fizesse da minha coluna um tubo de ensaio, uma coqueteleira maluca. Eu explodi o "Manual de Redação". E uma vez o seu Frias me pegou forte pelo braço e disse: "Continue assim, não mude nunca". É isso: liberdade pra trabalhar.
Uma vez me chamaram pra fazer um quadro na Record e falaram: "O bispo te ama, mas vai ter que gravar antes porque ele tem medo que você tire a emissora do ar". Ou seja, ama mas não confia. Ou seja, não ama! Rarará!
A Folha não me amola nem em política, como muita gente pensa. Quer dizer, às vezes a gente negocia. Uma vez escrevi três paus e duas xerecas numa mesma coluna, uma suruba! Aí fiquei negociando com a editora pelo celular: "Tá bom, eu deixo dois paus e tiro uma xereca". "Não, você deixa duas xerecas e tira um pau". Rarará. Parecia a Vovó do Pânico!
Há 90 anos eu escuto que a Folha é ranzinza. Uma diretora de televisão me disse: "A Folha até quando te elogia te ferra". Rarará.
E abomino quando falam mal do show da Amy. Me dá vontade de ir até lá e empastelar o jornal. Amor e ódio, laços de família!
Há 90 anos que eu peço pra eles mudarem a cor da pastilha da fachada! E quando tem dias que leio a Folha, não concordo com nada e desço a escada falando sozinho: "Ah, essa Folha, viu!". Laços de família. Rarará!
E o grande contato que eu tenho com a Folha é a tecla enviar. Há 90 anos eu miro a setinha em enviar e zuuuum, lá vai a buemba! Eu tinha um fox terrier que já conhecia o som de transmissão da coluna (zuuum) e aí ele aparecia com a bola na boca, "oba ele já pode brincar".
Hoje troquei o cachorro por um iPad. Transmiti a coluna. Oba! Já posso jogar angry birds no iPad!
Uma vez, há 90 anos, tinha mudado de caderno, saído da Ilustrada, e o seu Frias disse: "Nessa novela tá todo mundo comendo todo mundo, cadê o Simão?". Tô aqui. HÁ 90 ANOS! Mas não conta pra ninguém. Rarará!
+ sobre os 90 anos
- Os 90 anos da Folha em 9 atos
- A Folha errou, o leitor riu (ou chorou)
- As 90 reportagens que fizeram história
- Caderno dos 90 anos tem quatro capas diferentes
- Jornal todo dia, cor, tempo real? A Folha fez primeiro
- Para ombudsmans, jornal enfrenta crise de identidade
- Meu caso com a Folha: 90 colunistas comentam ligação com o jornal
- Folha põe na internet 90 anos de história em 1,8 milhão de páginas
- Octavio Frias de Oliveira: O comerciante que era repórter e vice-versa
As Últimas que Você não Leu
Publicidade