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Crítica comédia

Diretora perde chance de fazer comédia de costumes picante

Longa "Histeria", sobre invenção do vibrador, tem humor tolo e trama casta

Divulgação
Hugh Dancy (centro) e Maggie Gyllenhaal em "Histeria"
Hugh Dancy (centro) e Maggie Gyllenhaal em "Histeria"
ALEXANDRE AGABITI FERNANDEZ COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Até as últimas décadas do século 19, a medicina considerava vários sintomas da insatisfação feminina como manifestações de histeria.

O tratamento era feito por meio de massagens pélvicas praticadas por médicos, pois a masturbação feminina ainda era tabu. A situação só mudou em 1880, na Inglaterra vitoriana, quando o jovem doutor Mortimer Granville inventou o vibrador elétrico.

Para descrever a invenção, a diretora Tanya Wexler combinou os registros da comédia de costumes com a comédia romântica, uma escolha infeliz, pois o tema se presta muito melhor a uma comédia de costumes mais picante.

Wexler também esvaziou a obra de toda e qualquer sensualidade com uma impecável reconstituição de época, uma trilha sonora anódina, um humor antiquado e uma trama romântica que é só castidade, resultando em um festival de pudor.

O humor só aparece em algumas gags meio tolas sobre o gozo feminino.

Além disso, os personagens são unívocos, os diálogos são convencionais e a mise-en-scène não vai além da estética de telefilme.

Granville (Hugh Dancy) inventa o célebre aparelho ao trabalhar com o doutor Dalrymple (Jonathan Pryce), célebre pelas massagens que aplica em ricas pacientes que lotam seu consultório.

Iniciado nas artes manuais pelo mestre, Granville logo é vítima do sucesso, pois insistentes câimbras prejudicam o uso de sua mão. Então ele cria o dispositivo.

Mas Granville só consegue perceber que a tal histeria resultava da incompreensão masculina acerca das necessidades e desejos femininos graças a Charlotte (Maggie Gyllenhaal), a filha mais velha de Dalrymple.

Feminista militante, Charlotte é a ovelha negra da família e faz o contraponto a Emily (Felicity Jones), irmã menor e protótipo de mulher submissa, com quem Granville quer se casar.

O personagem de Charlotte introduz também o tema das lutas sociais da época, da emancipação feminina, mas tudo é feito com discursos pomposos e caricaturais.

HISTERIA
DIRETORA Tanya Wexler
PRODUÇÃO Reino Unido/ França/ Alemanha/ Luxemburgo, 2011
ONDE Jardim Sul UCI e circuito
CLASSIFICAÇÃO 14 anos
AVALIAÇÃO regular


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