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Dinamarquês cria rótulos de cerveja de forma "cigana"

Mikkel usa fábricas emprestadas, como a escocesa BrewDog; criações incluem café em bebida de aveia

Em setembro, série especial será lançada no Brasil, com seis variedades; em 2013, ele fabricou 124 rótulos

JOÃO WERNER GRANDO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE COPENHAGUE

O dinamarquês Mikkel Bjergsø, 38, é um cervejeiro sem cervejaria. Mesmo sem ter uma fábrica para chamar de sua, Mikkel, como ele é chamado, é considerado um dos mais criativos do mundo.

Dono da Mikkeller, cervejaria com sede em Copenhague, ele lançou 124 cervejas no ano passado --algo como uma a cada três dias. (Suas concorrentes costumam fabricar menos de 20 tipos em um ano.) Em 2014, já foram 50.

A alta rotatividade no catálogo é o resultado de uma característica peculiar: a Mikkeller é uma "cervejaria cigana". Mikkel cria as receitas e depois encontra uma fábrica para executá-las.

Mais de 30 fábricas já produziram para ele. Entre as parceiras mais frequentes estão cervejarias especializadas em produzir para terceiros, como a belga De Proef, e marcas famosas entre os cervejeiros, como a escocesa BrewDog.

"Acompanhar o processo de fabricação não é o meu negócio", disse Mikkel à Folha. "Prefiro viajar, conhecer pessoas. É daí que vem minha inspiração para as receitas."

PRIMÓRDIOS

Vendendo cervejas para 44 países, a Mikkeller começou como muitas cervejarias artesanais. No início dos anos 2000, quando ainda dava aulas de física em uma escola de Copenhague, Mikkel estava cansado das cervejas tipo lager que dominam o mercado na Dinamarca. Pediu, então, ajuda a um amigo e começou a fazer sua própria cerveja na cozinha de casa.

CRIAÇÕES

Mikkel chamou a atenção pela primeira vez quando adicionou café a uma receita de cerveja de aveia do tipo stout, em 2006. Batizada de Beer Geek Breakfast, ela foi escolhida a melhor stout do mundo e até hoje é uma das três Mikkellers no ranking internacional das cem melhores cervejas, elaborado pelo site americano RateBeer, o mais popular no mercado.

Os rótulos da Mikkeller são um atrativo à marca e já foram tema de exposições em galerias de arte de Copenhague. Mas o grande diferencial são as invenções de Mikkel.

Uma das mais famosas é a Beer Geek Brunch Weasel, uma stout feita com o café gourmet encontrado nas fezes do civeta, um pequeno mamífero que vive no Vietnã. A cerveja é outra das Mikkellers no top 100 do RateBeer.

NO BRASIL

Em sua passagem pelo Brasil em 2012, Mikkel experimentou a atemoia, fruta cultivada principalmente no Sudeste. O resultado foi a Mikkeller/Way Atemoia Stout, feita em parceria com a cervejaria curitibana Way Beer.

Vendida em bares e restaurantes especializados de São Paulo, a Mikkeller planeja expandir sua presença no Brasil. Em setembro, deve lançar uma série especial chamada "Mikkeller brewed for Brazil", com seis variedades, entre elas cervejas do tipo wit e indian pale ale.

A intenção é que com os rótulos fixos seja possível importar volumes maiores. Chegando em maior quantidade, as cervejas poderiam ser vendidas a preços menores. "A ideia é que saiam por no máximo R$ 20", diz Gilberto Tarantino, dono da importadora da Mikkeller no Brasil.

Mas tanta experimentação se trata, afinal, de uma busca pela cerveja perfeita? "Isso não existe, assim como não existe a mulher perfeita", diz Mikkel. "Se existisse, você olharia para ela e cinco segundos depois estaria entediado."


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