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Restaurantes servem menus de fast food

Receitas com quantidades elevadas de calorias, sódio, colesterol e açúcar não estão restritas às lanchonetes

'Lazer é lazer, mas começar com uma salada pode ser prazeroso', diz nutricionista

FERNANDA MENEGUETTI COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Giz de cera, quebra-cabeça e canetinha que incrementam os tradicionais menus kids podem, sim, desviar a atenção da comida, dizem os especialistas ouvidos pela Folha. E, mais, ajudam a vender com facilidade franguinho empanado, batata frita, hambúrguer e cachorro-quente --receitas que construíram a fama de cadeias de fast food com quantidades elevadas de calorias, sódio, colesterol, açúcar e conservantes e que deixaram de se restringir às lanchonetes.

A fotógrafa Luciana Cristhovam, mãe de Sofia, 6, e Theo, 3, sente-se incomodada diante desse tipo de oferta para os seus filhos. "Os brinquedos agradam as crianças, claro, mas acabam tirando o foco dos pratos", afirma. "Mesmo restaurante que não é junk' tem sempre macarrão ao sugo, não explora um prato do próprio cardápio."

HÁBITOS

De fato, criança pode comer o que adulto come. "Uma alimentação equilibrada deve ser rotina, principalmente na infância, que é o período de desenvolvimentos físico e intelectual", diz a nutricionista Cristiane Kovacs. "É na infância que os hábitos são formados, quando sabores, texturas e aromas precisam ser provados."

A advogada Maria Isabel C. Bayeux Guedes Nunes, mãe de Guilherme, 3, e Catarina, 1, sai para comer com os pequenos de três a quatro vezes por semana e diz não ver um "problema tão grande", quando se depara com pratos "pobres do ponto de vista nutricional".

"Sair da rotina de vez em quando não faz mal, o mais importante é eles terem prazer no programa", diz ela. "Mas claro que seria melhor se tivesse uma variedade maior de pratos, inclusive mais saudáveis."

EXCEÇÕES

Há exceções, no entanto, que não estão necessariamente impressas em cardápios: a chef Janaina Rueda, do Bar da Dona Onça, por exemplo, incentiva as crianças a escolherem meia porção de um prato que lhes chame a atenção. "Se eu estiver na cozinha, mando à mesa um mexidinho de arroz, carne e ovo."

No fins de semana, quando o movimento das crianças é maior, o chef Juliano Valese, do espanhol Torero Valese, coloca na lousa a paella e aproveita para criar versões personalizadas da receita para elas: só verduras, franguinho, só camarão...

"Queria servir um prato diferente, gostoso e que não fosse massa com molho branco. Um prato mais saudável, mediterrâneo, que conversasse com a minha cozinha. Deixo a mãe ou a criança decidirem o que querem na receita", conta ele.

Segundo o nutrólogo Daniel Magnoni, não é preciso ser "xiita". "Lazer é lazer, mas começar com uma salada, evitar sal em excesso e mesclar carne com legumes pode ser prazeroso. A apresentação tem de ser atraente e não apenas em sobremesas lindas e cheias de cremes", arremata.

Conheça os 30 cardápios infantis avaliados pelos três nutricionistas convidados
folha.com/comida


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