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Justiça solta 12 dos 13 presos em protesto
Juiz considerou não haver indícios de formação de quadrilha, crime que permitiria mantê-los em prisão provisória
Acusado de incêndio criminoso, Raphael Casseb ainda está detido e teve fiança fixada em R$ 20 mil
A Justiça mandou soltar 12 dos 13 manifestantes que estavam presos sob acusação de terem participado de atos violentos nas manifestações da última terça-feira contra o aumento das tarifas de transporte em São Paulo.
O juiz Eduardo Pereira Santos Junior considerou que não havia elementos para caracterizar que o grupo havia praticado o crime de formação de quadrilha, o que permitiria que eles continuassem presos provisoriamente.
Só continua preso o jornalista Raphael Sanz Casseb, 26, acusado de ter colocado fogo numa guarita da Polícia Militar na região da avenida Paulista. Além da prisão, Casseb teve arbitrada uma fiança de R$ 20 mil. Ele é acusado de incêndio criminoso.
"Não faz o menor sentido acusar de formação de quadrilha pessoas que não se conheciam e que se encontraram na avenida Paulista para protestar", diz o advogado Alexandre Pacheco Martins.
A Folha apurou que a acusação de formação de quadrilha foi feita por delegados com a intenção de mandar uma mensagem aos manifestantes: a de que eles seriam tratados de forma mais dura.
Dez dos manifestantes soltos também foram acusados de dano ao patrimônio público. Os outros dois são acusados de ter agredido o policial militar Wanderlei Vignolli. Eles foram indiciados por desacato, lesão corporal e por danificar o patrimônio público ao pichar as paredes do Tribunal de Justiça.
A dupla, o artista Daniel Silva Ferreira, 20, e o editor Ederson Duda da Silva, havia sido enviada à penitenciária de Tremembé e foi solta no começo da noite de ontem.
PARTIDOS
A polícia identificou entre os presos e detidos nos protestos de terça-feira dois militantes filiados ao PSOL e um do PT. A interpretação da polícia é que não seguiam orientações partidárias.
Um dos filiados ao PSOL é o jornalista Pedro Ribeiro Nogueira, 27, do portal Aprendiz. O outro é Vinicius Orelano Fernandes, que foi detido por desacato e liberado. O petista é o professor Ildefonso Hipólito Penteado, 43.
O PT diz que ele entrou no partido em 1995, mas não renovou a filiação em 2000 e por isso não tem direito a voto em questões internas.