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Prefeitura de Campinas é atacada com bombas
LUCAS SAMPAIO DE CAMPINAS REYNALDO TUROLLO JR. ENVIADO ESPECIAL A CAMPINASO que era para ser uma manifestação pacífica para comemorar a redução no preço da tarifa de ônibus e reivindicar melhorias e transparência no transporte público acabou transformando o centro de Campinas (SP) em praça de guerra na noite de ontem.
O ato começou com clima de festa no largo do Rosário e percorreu as ruas da cidade com pessoas nas janelas saudando os manifestantes.
Segundo a Polícia Militar e a organização, entre 30 e 40 mil pessoas saíram às ruas.
A confusão começou por volta de 18h30, quando um grupo com cerca de 40 pessoas chegou à Prefeitura de Campinas e começou a hostilizar a Guarda Municipal, que protegia o prédio.
Por 30 minutos foram lançadas bombas caseiras e pedras contra o prédio e os guardas --que não revidaram. A situação ficou insustentável, e a Guarda Municipal então agiu com spray de pimenta, bombas de efeito moral e balas de borracha.
Um dos manifestantes que conversava com os policiais foi atingido por balas de borracha na testa e nas costas. "É um grupo pequeno que está jogando bomba. Não acho certo a violência da polícia nem depredarem patrimônio público", disse o estudante Rodrigo Fernandes, 34.
Vidros do prédio racharam com as pedras e bombas atiradas pelos manifestantes.
Pelo menos quatro guardas foram feridos --uma chegou a desmaiar após ser atingida por uma pedra na cabeça.
Uma hora depois, cerca de 3.000 manifestantes se concentravam na avenida em frente à prefeitura. Sessenta homens do Batalhão de Choque chegaram, e o grupo fugiu em direção ao centro.
Por volta de 22h, caminhonetes e motos da polícia avançaram sobre manifestantes que protestavam pacificamente para dispersá-los com gás lacrimogêneo.
Expulsos dos arredores da prefeitura, eles fizeram da praça Carlos Gomes seu quartel-general.
O Batalhão de Choque respondia com bombas de gás e balas de borracha. Moradores dos prédios começaram a fechar as janelas dos prédios. Uma banca de jornal foi depredada e saqueada.
"Extrapolou a expectativa dos movimentos organizados. Teve muito espontaneísmo' e faltou unidade", disse o advogado Filipe Monteiro, 26, do Juntos!.
Ao menos três pessoas foram detidas.