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Roubos crescem pelo 3º mês seguido em São Paulo

Homicídios dolosos no Estado caem pela 5ª vez e voltam a patamar pré-crise

Secretário aponta 'legislação frouxa' e desmanches de veículos como entraves para redução de crimes

ROGÉRIO PAGNAN AFONSO BENITES DE SÃO PAULO

O Estado de São Paulo registrou um aumento de 10% no número de roubos em agosto deste ano. Foi o terceiro mês consecutivo de alta desse tipo de crime, sempre comparando com o mês equivalente do ano passado.

Por outro lado, as estatísticas oficiais divulgadas ontem pelo governo paulista apontam uma queda de 4,8% no número de homicídio dolosos (com intenção).

Foi a quinta queda consecutiva nas estatísticas mensais, fazendo os índices se aproximarem do patamar verificado antes da crise do ano passado, quando policiais militares e criminosos travaram uma guerra não declarada.

Os registros de homicídio caíram de 393 para 374. O números de pessoas mortas acompanhou a tendência, passando de 419 para 402 --numa mesma ocorrência pode haver mais de uma morte.

Os roubos cresceram de 20,5 mil para 22,6 mil no mês.

São Paulo também registrou aumento de outros crimes violentos como latrocínios (roubos com morte, que subiram de 23 para 29) e roubos a bancos (que aumentaram 150%, de 12 para 30).

Esse tipo de crime preocupa a polícia porque o dinheiro levado pelas quadrilhas costuma ser aplicado na compra de armas e drogas.

A explicação do governo do Estado para o aumento dos assaltos a bancos é uma possível migração. Os criminosos que antes furtavam caixas eletrônicos com explosivos agora fazem o roubo direto nas agências.

O secretário da Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, defende a atuação da polícia, que, segundo ele, nunca prendeu tanto. Mas critica a atuação dos poderes Legislativo e Judiciário.

"A polícia está prendendo muito, mas nós não estamos conseguindo reduzir certos indicadores. A legislação é muito frouxa para certos tipos de crimes", disse.

Ele citou roubo, latrocínio e furto como exemplos de crimes que, em sua opinião, precisam de mudança da legislação. "A polícia sozinha vai ficar enxugando gelo", disse.

Dos crimes citados, apenas os furtos apresentaram pequena queda. No Estado, a redução em agosto foi de 5,7%.

Grella disse ainda que para tentar reduzir a criminalidade, o governo enviou à Assembleia Legislativa um projeto para tentar reduzir os desmanches irregulares.

"O desmanche é o grande fomentador dos crimes de furto e roubo de veículos. Nós sabemos que 50% de latrocínio advêm das tentativas ou roubos de veículos", disse.

O secretário também ressaltou a queda de homicídios dolosos na capital, de 20%.

O analista criminal Guaracy Mingardi, ex-diretor da Secretaria Nacional de Segurança Pública, avalia que os roubos não caem em São Paulo principalmente porque a investigação ainda é falha.

"Quando você previne, põe a PM na rua, consegue diminuir um ou outro caso. Ou pior: só faz o criminoso mudar o local de atuação. Se não investigar o ladrão profissional, ele continua agindo e a estatística vai aumentar."


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