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Após crime, Unicamp pede PM no campus
Assassinato de estudante em Campinas motiva pedido; alunos são contra e querem contratação de vigilantes
Plano de ação será discutido com a polícia; iniciativa semelhante na USP em 2011 motivou protestos de estudantes
Após a morte do estudante Denis Papa Casagrande, 21, a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) decidiu autorizar a entrada da Polícia Militar em seus quatro campi: Campinas, Limeira, Piracicaba e Paulínia.
Hoje, a segurança é feita por uma empresa terceirizada, e 260 vigilantes atuam no campus de Campinas.
A reitoria disse que vai traçar um plano com a PM e o governo para definir como será o policiamento.
"A reitoria aceitou a oferta do governador para que a polícia pudesse entrar e circular nos campi", disse a pró-reitora de desenvolvimento universitário, Teresa Atvars.
Na quarta-feira, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que estava à disposição da universidade, caso necessário. "As universidades têm autonomia constitucional. A USP concordou em ter ação policial dentro do campus. Deu até uma grande polêmica, mas nós pusemos."
Em 2011, abordagem policial a três estudantes na USP gerou protestos que culminaram na ocupação da reitoria.
CONTROVÉRSIA
Não é a primeira vez que a entrada da PM no campus é proposta para a Unicamp.
"A reitoria está se utilizando de uma fatalidade para implementar uma política que é bastante problemática", disse a coordenadora-geral do Diretório Central dos Estudantes, Diana Nascimento.
"Somos contra a presença da PM no campus. Vamos apresentar uma proposta alternativa, com a contratação de seguranças. Porque a terceirização da vigilância também não é a solução."
Estudante de engenharia de controle e automação, Denis foi esfaqueado no sábado passado em uma festa no campus de Campinas. Ele morreu após ser socorrido.
A Unicamp disse que a festa foi feita sem autorização e que o caso será investigado.
Atvars disse que a reitoria sabia da festa, mesmo sem ela ter sido autorizada. "Não foi possível rastrear a dimensão dela", afirmou. "O fato concreto é: talvez a Unicamp não tenha tomado todas as medidas que devia."
Ela falou por mais de uma vez que a Tropa de Choque pode ser acionada em festas com muitas pessoas. "Quando a Polícia Militar, um órgão da nossa mais absoluta confiança, se defronta com um evento de 2.000 pessoas, é com Tropa de Choque. A gente sabe como começa, mas não sabe como termina."