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Para aprovar IPTU, Haddad reduz reajuste
Gestão petista concorda em baixar tetos de aumento a partir de 2015 para conseguir aprovação de vereadores em SP
Recuo ocorre diante da repercussão negativa da alta do imposto e da resistência da Câmara em votar a proposta
A gestão Fernando Haddad (PT) aceitou ontem fazer novas mudanças no projeto de reajuste do IPTU na cidade de São Paulo para poder aprová-lo na Câmara Municipal.
A decisão foi anunciada diante da repercussão negativa do aumento e da resistência de vereadores para aprovar uma alta do imposto acima da inflação --além de parcelas extras depois de 2014 para parcela dos imóveis, que tiveram maior valorização.
O secretário de Relações Governamentais, João Antônio, disse ontem que a prefeitura aceitou reduzir ainda mais os tetos de aumento do IPTU a partir de 2015.
Em 2014, os tetos devem ficar em 35% para os imóveis não residenciais e em 20% para os residenciais. Pelo projeto original de Haddad, esses limites eram de 45% e 30%, respectivamente.
A administração petista aceitou ontem reduzir esses tetos para 15% (comerciais) e para 10% (residenciais) --mas só a partir de 2015.
A mudança foi uma forma de tentar convencer a base aliada a aprovar a proposta de reajuste na Câmara ainda na noite de ontem.
Haddad planejava aumentar a arrecadação do IPTU na cidade em 24% no ano que vem --contra uma inflação anual próxima de 6%-- e em 72% até 2017.
Esses planos representariam R$ 1,3 bilhão a mais nos cofres do município em 2014.
Com as mudanças admitidas pelo petista, esse crescimento deverá ser menor.
PARTIDOS
A votação da alta do IPTU na Câmara deveria ter ocorrido anteontem, mas foi adiada após a gestão petista não conseguir os 28 votos necessários, dentre 55 vereadores.
Partidos como PSD, PV e PSB, que votaram a favor de projetos de Haddad neste ano, não quiseram aprovar a alta de reajuste do IPTU.
A resistência da Câmara aumentou depois de a Folha revelar que 45% dos imóveis terão reajuste em anos posteriores --afetando quase 1,4 milhão de contribuintes.
Isso porque, como haverá um teto anual, a diferença em relação à valorização imobiliária deles nos últimos quatro anos deve ser parcelada.
O revés na Câmara começou quando a Comissão de Finanças, comandada por Aurélio Miguel (PR), se posicionou contrária à proposta.
Os vereadores do PSD estavam insatisfeitos com a participação no Executivo.
O PV era contra porque a maior parte de seus eleitores é de classe média, que será atingida em cheio pelo IPTU.