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PF prende acusados por prostituição de luxo

Capas de revistas eram enviadas ao exterior e faziam programa com político em Angola, segundo investigação

Segundo a PF, quadrilha oferecia falso coquetel anti-Aids a mulheres obrigadas a fazer sexo sem uso de preservativo

CÉSAR ROSATI DE SÃO PAULO

A Polícia Federal prendeu cinco pessoas --duas mulheres e três homens-- acusadas de compor uma quadrilha internacional de tráfico de mulheres para prostituição.

Segundo investigações, ao menos 100 mulheres --entre elas capas de revistas e participantes de programas de TV-- eram enviadas por ano para Angola, além de Portugal e Áustria, onde eram exploradas.

As mulheres tinham entre 21 e 26 anos. Segundo a PF, as mais conhecidas recebiam até U$ 100 mil semanais para fazer programa com um rico empresário e um ex-parlamentar angolanos.

"Todo o trâmite, da proposta ao embarque, demorava entre três e quatro semanas. Algumas chegaram a ir quatro vezes para o exterior no mesmo esquema", disse o delegado Luiz Tempestini, que conduziu a investigação.

A investigação durou cerca de um ano. Dois angolanos também são alvos da PF e seus nomes foram incluídos na lista da Interpol.

As vítimas eram aliciadas em casas noturnas paulistanas desde 2007, segundo investigação. O grupo oferecia US$ 10 mil para que elas se prostituíssem por uma semana.

Prostituição não é crime no Brasil, mas explorar a atividade sim. Para a polícia, há também indícios de que parte das vítimas foi privada temporariamente de liberdade no exterior e obrigada a manter relações sem preservativos.

Para essas, os criminosos ofereciam um falso coquetel de drogas anti-Aids.

"A dose oferecida era única, não existe um remédio tão eficaz assim", afirmou Tempestini. Segundo o delegado, porém, nenhum caso de Aids foi confirmado.

Estima-se que a organização movimentou cerca de US$ 45 milhões. O delegado ainda disse que a quadrilha planejava enviar neste mês outro grupo para o exterior.

Na operação, foram apreendidos veículos, dinheiro, passaportes, além de pequenas porções de drogas.

Uma casa de prostituição no bairro Indianópolis também foi fechada.

Os presos serão indiciados por participação em organização criminosa, tráfico internacional de pessoas, favorecimento à prostituição, rufianismo [exploração da prostituição], estelionato e cárcere privado, cujas penas somadas podem atingir 41 anos.


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