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Foco

Raptado, beagle Ricardinho corre riscos, dizem cientistas

RAFAEL GARCIA DE SÃO PAULO

O beagle Ricardinho, 7, um dos patriarcas da linhagem de cães desenvolvida pelo Instituto Royal, pode morrer se não receber atendimento médico adequado, afirmam os cientistas da entidade.

O animal tem insuficiência renal e descalcificação óssea decorrente da doença. Além disso, tem uma prótese no maxilar --o que deixa seus dentes caninos superiores colados aos inferiores.

Ele está entre os 178 cães furtados na sexta-feira da semana passada em São Roque. Mesmo sendo um macho reprodutor, Ricardinho tem a saúde delicada.

O cão apareceu numa reportagem da TV Record, mas a emissora não conseguiu intermediar o contato do Royal com a pessoa que o abriga.

"Eles estão com medo, porque são receptadores de um animal roubado", afirma Silvia Ortiz, gerente-geral do Instituto Royal. "Mas o Ricardinho vai morrer se não receber o cuidado certo."

Após a divulgação na televisão, fotos do cão começaram a se espalhar pelas redes sociais. Ativistas que recolheram o cão afirmam que pretendiam levar Ricardinho a uma clínica veterinária para retirar a placa de sua mandíbula e descolar seus dentes.

Os detentores do cão diziam acreditar que a placa era resultado de um experimento.

"Se esse animal for para um procedimento cirúrgico, ele pode morrer na mesa", afirma João Antonio Pegas Henriques, diretor-científico do Instituto Royal.

"Se o veterinário não souber que ele é insuficiente renal, quando injetar um anestésico, o animal morre."

A placa da mandíbula, além disso, não era um experimento, diz a veterinária que cuidava de Ricardinho.

Segundo ela, o cão foi diagnosticado com insuficiência renal há dois anos. Em 2012, teve uma fratura no focinho, por fraqueza óssea.

"O Royal poderia ter descuidado do animal e deixando-o à própria sorte, como os ativistas dizem que fazemos", diz Ortiz. "Mas fomos a uma clínica veterinária especializada em odontologia para encomendar uma prótese."

Hoje, segundo a pesquisadora, Ricardinho precisa receber uma ração especial que não afete seus rins, e que tenha forma pastosa, pois não pode mais abrir a boca.

"Quando descobrimos que ele tinha sido encontrado, nossa preocupação era que a pessoa nos devolvesse o animal ou que nós pudéssemos ampará-la no tratamento necessário", afirma a cientista.

Até agora, o Instituto Royal não conseguiu recuperar nenhum dos cães. Se algum deles for devolvido, dizem os diretores, o animal será tratado e eventualmente encaminhado para doação por vias legais.

Cerca de 100 ativistas participaram da ação que retirou os cães do instituto na madrugada da sexta-feira passada, segundo a polícia. Pelo menos 20 já foram identificados.


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