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Exame federal já muda práticas curriculares de colégios de SP

Escolas particulares criam atividades com proposta interdisciplinar e focada em habilidades

Aplicada desde 1998, avaliação ganhou relevância com a divulgação das notas médias das escolas

SABINE RIGHETTI DE SÃO PAULO

As escolas não são mais como antigamente. Elas estão mais interdisciplinares e mais competitivas. O motivo disso tem um nome: Enem.

A prova nacional começou a ser aplicada em 1998, mas o impacto da rotina escolar veio mais tarde, em 2004.

Naquele ano, a nota do Enem passou a ser considerada no Prouni (programa que dá bolsas em universidades privadas) e as notas das escolas de ensino médio começaram a ser divulgada pelo Ministério da Educação.

Com essa visibilidade, sair-se bem na avaliação federal virou um critério central para a escola ser considerada "boa" pelos pais.

"Tudo mudou. O Enem acaba com a lógica de disciplinas rígidas como biologia, química e física. Agora, fala-se em competências e habilidades", explica Silvio Freire, diretor de ensino médio do Santa Maria --12º melhor escola particular no Enem na cidade de São Paulo.

Se antes a escola decidia ensinar idade média no ensino fundamental 2 (de 11 a 14 anos) e Grécia antiga no ensino médio (de 15 a 17 anos), agora a instituição precisa preparar o aluno para "comparar períodos históricos" --uma competência do Enem.

COMPETÊNCIAS

De acordo com Freire, as práticas pedagógicas do colégio mudaram em 2009.

Neste ano, a escola passou a oferecer um cursinho preparatório para a prova. Um terço dos alunos do 3º ano do ensino médio está fazendo as aulas extras à tarde.

A mesma estratégia é seguida pelo colégio Albert Sabin, a 8ª melhor colocada da cidade de São Paulo.

Lá, os alunos do 3º ano do ensino médio contam com um "módulo especial", que prepara os alunos para provas como o Enem. São quatro aulas extras por dias, à tarde.

Antes, no 1º e no 2º ano, os alunos já fazem aulas extras "de aprofundamento".

"A prova do Enem é exaustiva. É preciso um preparo físico que, no Albert Sabin, começa já no 1º ano", explica Áurea de Souza Bazzi, coordenadora do colégio.

Um dos objetivos inicial do exame, diz David de Lima Simões, coordenador geral de concepção e análise pedagógica, era justamente "aprimorar" o ensino médio.

"Isso aconteceu. Por exemplo, deixamos de ver os assuntos de maneira fatiada", diz Freire, do Santa Maria.

No Bandeirantes, 17ª melhor no Enem em todo o país, a cultura interdisciplinar "já está incorporada", diz Roberto Nasser, um dos coordenadores. A única atividade extra do colégio para o exame é um simulado da prova.


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