Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Cotidiano

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Viciados alternam trabalho e consumo

DE SÃO PAULO

Os primeiros participantes do programa da prefeitura na cracolândia alternaram a nova realidade com o cotidiano de usuários de crack.

A nova rotina incluiu vestir um uniforme da prefeitura e receber orientações sobre técnicas de varrição logo pela manhã. Em seguida, os usuários partiram para a limpeza das ruas da região.

Nos intervalos do trabalho, porém, o vício fez com que muitos procurassem traficantes na mesmas ruas que haviam acabado de varrer. Ninguém é obrigado a deixar a droga para ser atendido.

Às 13h, durante intervalo para o almoço, um homem vestido com o uniforme azul do programa segurava um cachimbo ao lado de outros usuários consumindo crack no largo Coração de Jesus.

Mais tarde, às 17h, outra usuária retirou a camisa da prefeitura e vestiu uma calça por cima do uniforme antes de comprar uma pedra.

"Você acha que alguém parou de fumar? Se alguém disser que sim, estará mentindo", disse Daniel Freeman, 45, que relatou ter usado crack duas horas antes.

Ele aderiu ao programa, mas ainda espera a definição de sua escala de trabalho. Além de varrição, o projeto prevê a zeladoria de praças.

A prefeitura espera que o vínculo criado pela nova rotina de trabalho incentive a diminuição do consumo de crack e abra portas de saída do vício.

"Se Deus quiser, eu ainda vou parar", disse o varredor Rutemberg da Silva, 32, que já notava a diminuição na frequência de uso do crack.

Não há regras oficiais proibindo o consumo no expediente, mas a prefeitura diz que os próprios usuários decidiram que não seria permitido o uso no horário de trabalho ou vestindo uniforme --não há sanção prevista.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página